30 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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DEM além de perder espaço na Casa Civil fica sem os R$ 55 bi do FNDE

Partido que é sucedâneo da Arena, PDS e PFL participa de todos os governos desde o regime militar

Alcolumbre, ônyx e Maia, os caciques do DEM prontos para a guerra

Logo após o golpe militar de 1964, os generais brasileiros no comando do País criaram uma estrutura política de poder por meio da Aliança Renovadora Nacional (Arena), um partido considerado de direita que governou o País sob a batuta do regime.

A Arena foi extinta durante o governo João Figueiredo (1979-1985), já na abertura política, mas os políticos que ela abrigava criaram o PDS – Partido Democrático Social, com a mesma filosofia.  Só que em 1985 passou a se chamar Partido da Frente Liberal (PFL), hoje, Democratas (DEM). A roupagem nova, mas os princípios os mesmos.

De lá até agora, o DEM sempre operou dentro das entranhas do governo. De todos eles.

No entanto, está perdendo gramas e gramas do seu peso político. O partido, embora dentro do governo Jair Bolsonaro, começa a ter seus espaços minados e, portanto, reduzidos nas esferas do Planalto.

Só não caiu em desgraça por duas situações fundamentais. Tem o controle do Senado com Davi Alcolumbre e da Câmara com Rodrigo Maia, este, a maior estrela do DEM na atualidade.

Maia tem procurado se desvincular do governo, assumindo um certo papel de primeiro-ministro sem pasta, desde que lhe tomaram as rédeas do FNDE. Era ele quem comandava o principal fundo de financiamento da educação no País.

Maia havia nomeado em agosto de 2019 o cidadão Rodrigo Sérgio Dias, presidente do FNDE, órgão do Ministério da Educação com um cofre de R$ 55 bilhões.

Mas, em dezembro passado, Dias foi demitido do Fundo sem que Maia fosse sequer consultado. Para aumentar ainda mais a irritação dos caciques do DEM, Bolsonaro ainda esvaziou as atribuições do Ministério do Gabinete Civil, que tem como titular Ônyx Lorenzoni. Este, mesmo sem fazer mais nada, insiste em se manter no cargo.

Do Democratas também são os ministros Tereza Cristina (da Agricultura) e Luiz Mandetta (da Saúde), ambos do Mato Grosso do Sul. Embora do DEM, eles são aves exóticas. A primeira é bancada pelos barões do agronegócios. O segundo pelo lobby dos Planos de Saúde e a bancada evangélica.

Enfim, o Democratas para se manter na estrutura do poder começa a travar sua própria guerra.

Certamente nas trincheiras do Congresso.