28 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Está no inferno? Abraça o capeta

Não sei o que está havendo comigo, mas não é que certas posturas do general Mourão têm despertado minha simpatia? Estou até achando que aquela história de que o impeachment do apêndice da bolsa de colostomia seria ruim por causa do vice perdeu força.

Mourão tem se demonstrado, em algumas ocasiões, uma ilha de sensatez nesse governo anencéfalo. A última foi em relação ao ato ilegal, cruel e sádico dos homens da lei, que impediram o ex-presidente Lula de velar o irmão.

“É uma questão humanitária. Perder um irmão é sempre uma coisa triste. Eu já perdi o meu e sei como é que é”, disse o vice-presidente.

Outra atitude de um verdadeiro estadista foi em relação ao exílio de Jean Willys, que deixou o país diante de graves ameaças à sua vida.

“Uma das coisas que é mais importante é você ter sua opinião e ter a liberdade para expressar sua opinião, os parlamentares estão ali eleitos pelo voto, representam os cidadãos que votaram neles. Quer você goste, quer você não goste das ideias do cara, você ouve. Se gostou, bate palma, se não gostou, paciência”, tascou o militar.

Enquanto isso, o titular do cargo ainda não desceu do palanque. Aliás, acho que esta condução ao maior cargo da República foi um acidente histórico. Aquela brincadeira inocente que acaba virando coisa séria e com consequências, geralmente, desastrosas.

Os filhos dele são verdadeiros pitboys da 5ª série. Despreparado, o homem só concede entrevista à mídia chapa branca. Os discursos, mesmo ensaiados, não passam segurança e costumam ser desmentidos depois.

Não se governa para todos, mas para meia dúzia de trolls da internet, que espalham burrice e ódio na rede.

Apesar dos elogios a Mourão, mantenho sempre o pé atrás com este povo.

Porém, acredito que, se estamos no inferno, é melhor abraçar o capeta. Na atual conjuntura, um “golpinho” de leve não doeria tanto.