Não são mais necessárias pesquisas sofisticadas para se perceber que a violência contra a mulher no Brasil vem se agravando, em meio a uma sociedade doente e perversa.
Os casos de feminicídios pipocam pelo País e independem da condição social da vítima do macho “valentão”.
Partem exatamente dos que não querem entender que o avanço das mulheres na conquista de espaços, antes dominado pelos homens, deveria ser comemorado com orgulho por todos.
A igualdade de direitos em todos os campos é uma necessidade e uma luta que não pode retroceder.
Mas, há os que se sentem incomodados com o empoderamento feminino. Negam, revoltam-se e matam.
Mata-se a trabalhadora rural do corte da cana em regiões do Nordeste, como também se mata a autoridade de áreas sofisticadas como o sul do País.
É o caso da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, da 24ª Vara Cível do Rio de Janeiro, morta por seu marido a golpes de faca e na frente das filhas.
Ela foi morta na noite de Natal do ano passado.
O caso deixou o Brasil, ou grande parte dele, estarrecido. O marido assassino é um engenheiro.
Tragédias como essa têm elevado o número de feminicídios no País, onde a sociedade perdeu as referências de civilidade, urbanidade e de amor ao próximo, para dedicar-se ao culto à barbárie.
Há até quem estimule isso nos dias de hoje.
O pior é que não se vislumbra uma mudança cultural nessas relações entre homens e mulheres, que possibilitem uma alteração real na formação educacional das novas e futuras gerações.
Feminicídio é a materialização do ódio.
E, lamentavelmente, nesses tempos sombrios, onde a meta deveria ser manter em alta a esperança na amorização universal. E não há por que desistir.
Há que se dizer serenamente: Sigamos juntos mulheres, há sempre um outro lado da rua…
E viva o 8 de março.