27 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Funcionários dos Correios entram em greve por tempo indeterminado

Categoria decretou greve geral nesta terça após não conseguir acordo coletivo

Os Correios rejeitaram uma mediação com funcionários feita pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho). É a primeira vez que uma empresa fecha as portas, de forma unilateral, em negociação capitaneada pela corte e com a decisão, sindicalistas deflagrara greve. A categoria é contra a privatização dos Correios, medida defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).

A mediação foi na semana passada (4) e a decisão foi tomada após assembleias dos trabalhadores, que buscam reajuste salarial pela inflação, de 3,43%, e a manutenção de benefícios, como ter os pais como dependentes no plano de saúde e coparticipação de 30%; continuidade de percentual de férias em 70% e vales alimentação e refeição.

O principal desentendimento está no plano de saúde pago a mães e pais de funcionários dos Correios. No ofício, a empresa afirmou que gasta por ano mais de R$ 500 milhões com planos de saúde desses dependentes. A empresa disse ainda que precisa cortar gastos com a folha para manter os serviços. Segundo os Correios, os salários consomem R$ 12 bilhões por ano, ou 62% do custo operacional.

Privatização

Os Correios estão em meio a uma possibilidade de privatização, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro. Os planos do governo, por enquanto, são de investir esforços na reforma da Previdência, enquanto as privatizações ficariam para um segundo momento.

Fischer Moreira alega que a base aliada do governo no Congresso Nacional, como a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), divulga informações sobre a empresa que “faltam com a verdade”.

Ainda na presidência dos Correio, o ex-presidente General Juarez Aparecido defendeu a estatal como “autossustentável” e “insubstituível”. Segundo ele, a empresa está “em crise” por conta do recolhimento “excessivo” de dividendos da empresa, realizado pela União desde de 2011, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

Já o novo presidente dos Correios, Floriano Peixoto Vieira Neto, assume o comando da estatal apontando como foco da sua gestão o fortalecimento da instituição.

Sobre a greve dos funcionários, os Correios afirmaram que “continuam em negociação com representações dos empregados”, com mediação do Tribunal Superior do Trabalho, e que “não é oportuno tratar de greve neste momento”.