3 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Governo agora diz ter “armadilhas”: Acordo entre Brasil e União Europeia sobe no telhado

Bolsonaro preferiu não atrapalhar acordo de cooperação militar e transferências de tecnologia com os Estados Unidos

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) saiu de uma reunião com o Secretário de Comércio dos EUA se dizendo preocupado com possíveis armadilhas no acordo entre Mercosul e União Europeia atrapalhem a tratativas comerciais com os americanos.

Para ele, há um receio de que o acordo do bloco sul-americano com os europeus atrapalhe o Brasil na assinatura de um tratado comercial com os EUA. O tratado havia sido assinado no fim de junho deste ano, colocando fim a mais de 20 anos de negociações.

Quando questionado sobre o que poderia atrapalhar as tratativas com os EUA, em sua maioria em ganhos com trocas de armamentos e itens militares, Bolsonaro, claro não respondeu:

“Nós estamos começando o acordo. Estamos um olhando para o outro ainda. Nós passamos praticamente 15 anos com o Mercosul voltado como um instrumento ideológico para fazer a grande América do Sul bolivariana. E estamos desfazendo isso aí”. Jair Bolsonaro, presidente.

Bolsonaro também cutucou em velhas feridas enquanto cortava o cabelo

Jornais franceses criticaram o cancelamento da reunião do presidente Jair Bolsonaro com o chanceler do país, Jean-Yves Le Drian, anteontem. As publicações qualificaram como “humilhante” e “esnobe” o fato de o presidente ter cancelado por “questões de agenda” e ter aparecido na sequência em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, feita enquanto cortava cabelo.

O questionamento sobre o corte de cabelo foi alvo de mais uma mentira de Bolsonaro no Twitter: ele destorceu os fatos e não mencionou ter desmarcado com os francês.

No mesmo dia (29), os detalhes da missão do Consórcio do Nordeste na Europa foram discutidos entre os governadores, o ministro de Negócios na França, Jean Yves, e o embaixador do país no Brasil, Michel Miraill

EUA

O presidente dos EUA, Donald Trump, sacramentou a promessa que fez ao presidente Jair Bolsonaro em março e designou nesta quarta-feira (31) o Brasil como um aliado preferencial extra-Otan.

Segundo o documento, o novo status diz respeito ao controle de exportação de armas. Com isso, o país passa a ter acesso à cooperação militar e transferências de tecnologia com os americanos.

O Brasil terá ainda prioridade para receber de graça ou a preço de custo “artigos de defesa em excesso”, equipamentos que não são mais utilizados pela Defesa americana ou em estoque excessivo.