23 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

JHC caiu em fake news: PSOL não pediu suspensão do Whatsapp

Presidente da Frente pela Internet Livre disse que não deixaria acontecer “agressão à liberdade individual”, que nunca estava ameaçada

A ironia.

Um levantamento realizado pelos professores Pablo Ortellado (USP), Fabrício Benvenuto (UFMG) e pela agência de checagem de fatos Lupa em 347 grupos de WhatsApp encontrou entre as imagens mais compartilhadas apenas 8% podendo ser classificadas como verdadeiras.

Ou seja, as fake news, principalmente durante esta eleições, dominaram a internet e os grupos privados de Whatsapp. E uma suposta ação do PSOL indignou JHC. O partido teria pedido suspensão do aplicativo até após a eleição. Como coordenador da Frente pela Internet Livre não deixará que ocorra essa agressão à liberdade individual.

O problema? Ele mesmo caiu em uma fake news. Nesta manhã, o PSOL twittou e foi categórico: nunca pediu suspensão do Whatsapp. Na verdade, isso foi é outra mentira criada pelos apoiadores do candidato do PSL.

Fica a dúvida: quem criou esse factóide para desviar o assunto? Mas JHC não deve se sentir mal: a máquina das fake news é mesmo muito forte, podendo moldar as mentes de milhões, inclusive de instituições.

Em março deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou em seu portal ter aberto procedimento para investigar a disseminação de notícias falsas na internet e listava os 10 sites que mais divulgavam as chamadas fake news no Brasil. Esta informação era falsa.

Desmentida pela própria associação, a mentira surgiu de um mero post no Facebook, sem nenhum respaldo científico. Dois dias depois de publicar a informação, o TSE se viu obrigado a corrigi-la. Além de irônico, o episódio ilustra os desafios enfrentados pela Justiça Eleitoral em tentar prevenir que as fake news influam no resultado das urnas.

Caixa 2

Uma reportagem da Folha denunciou um Caixa 2 de Bolsonaro. Empresários compraram pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT, no WhatsApp, que planejam uma rande operação na semana anterior ao segundo turno, no domingo dia 28. Alguns contratos chegam a R$ 12 milhões.

Como se trata de doação de campanha por empresas e não declarada, a prática é ilegal. Caixa 2, admitido, inclusive, pelo próprio Bolsonaro, ciente de algo feito por empresários simpatizantes, que ele diz não ter controle. Da mesma maneira que não controla seu vice, seu economista ou seus eleitores mais violentos. Mas não deixa de ser crime.

E isso tudo motivou que o PT de Haddad, e principalmente o PSD de Ciro Gomes, entrassem com ações no TSE para que fosse impugnada a chapa Bolsonaro-Mourão, que o Capitão perdesse os direitos políticos por oito anos e que o 2º turno fosse disputado entre Ciro e Haddad.