Em uma mesa de centro na Confraria do Rei oito amigos conversavam sobre o sexo dos anjos, quando outro se aproxima, pega no braço do mais animado e logo diz: – Covardeee… Você foi visitar minha namorada na Mata do Rolo!
A turma olhou surpresa e os dois caíram na gargalhada. Quem havia chegado por último era Leonardo da Silva Firmo, o Léo. Seguramente, um dos caras mais boa praça da confraria, no Santo Eduardo.
Exatamente no último dia de 2018, o Léo recebeu o chamado divino e partiu primeiro. De repente. Pareceu até covardia, mas se foi depois de cumprir seu papel na terra, enquanto cidadão do bem.
Gostava de beber uísque, sempre em pé, ao redor da mesa de centro ou encostado no balcão. Com os mais próximos se divertia de forma serena e parceira.
Gostava mais de ouvir as histórias presepeiras de Marcio Lessa e Ricardo Oliveira, sobretudo dos tempos do futebol, da época em que jogaram no CRB. Entre um gole e outro arrematava: “É um covardeee…”
Neste dia primeiro, todos os seus colegas de copo e cruz foram ao Parque das Flores para o último adeus. Tudo simples, mas todos sinceros. E talvez um “covarde” ou outro estivesse ali para lhe pedir perdão. Não por algum malfeito, mas simplesmente por não ter tido tempo de lhe dar o último abraço no final do ano.
Mas, aqui ficam os abraços de todos da Confraria do Rei que dele gostavam.
Fica em paz Léo.
P.S. Leonardo Firmo era servidor da Universidade Federal de Alagoas.
Parabens Marcelo, belo texto. Léo era simplesmente um amigo extraordinário. Bons goles de whisky tomamos juntos e fica muita saudade dos rachas do CSU.