O astrólogo Olavo de Carvalho, dito filósofo e uma espécie de “guru” do bolsonarismo, afirmou nesta terça (21) que o presidente Jair Bolsonaro (PL) o usou como “poster boy” para “se promover e se eleger” e que considera que “a briga já está perdida“.
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A declaração do poster boy, ou garoto propaganda, foi feita pelo próprio escritor durante live realizada no YouTube, ao lado de outros nomes conservadores como os ex-ministros Ricardo Salles e Abraham Weintraub. Estes, da escola olavista.
“O Bolsonaro não é obedecido em praticamente nada, nada. Quem manda no Brasil é a turma do STF, da mídia, do show business. Acabou. E o pessoal das Forças Armadas? Assiste a tudo isso. Só acredita em neutralidade ideológica. Ou seja, no Brasil só existem duas possibilidades: ou você é comunista ou você é neutro. Não existe direita. Existe bolsonarismo”. Olavo de Carvalho.
"Bolsonaro me usou como poster boy, para se promover, até meus amigos que estavam no governo ele tirou,eu duvido que o Bolsonaro tenha lido 1 livro meu, se tivesse lido, não teria feito um monte de besteira, pois no livro eu falo sobre."
Olavo de Carvalho pic.twitter.com/R0KyzQoNWn— Thony Cezarino (@thony_cezarino) December 20, 2021
“O Brasil vai se dar muito mal, gente. Não venham com esperanças tolas, porque é o seguinte: a briga já está perdida. Existem chances de fazer voltar… Existe uma chance remota, mas só se o Bolsonaro acordar, mas eu não sei como fazê-lo acordar. Dizem que eu sou o ‘guru do Bolsonaro’. Isso é absolutamente falso. Conversei com ele somente quatro vezes na minha vida. E duvido que ele tenha lido um só livro inteiro. Se ele tivesse lido com atenção, teve muita coisa que ele fez e não faria”. Olavo de Carvalho.
Com Bolsonaro mal nas pesquisas de intenção de voto e de avaliação de governo, Carvalho, portanto, já tira o dele da reta. Mas sem seguir perseguindo os moinhos de vento do comunismo e alertando para o perigo que virá quando Bolsonaro não for mais presidente.
Aos 74 anos, Olavo de Carvalho vive já há algum tempo nos Estados Unidos, de onde ministra cursos que são transmitidos por vídeos na internet.
Recentemente, precisou ser internado em um hospital. Como não tinha dinheiro suficiente para se tratar no sistema de saúde americano, veio ao Brasil para receber tratamento gratuito no SUS. E antes mesmo de depor na PF, fugiu para o Paraguai e novamente EUA, presumidamente com ajuda da Força Aérea Brasileira.
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Ele até pode negar, mas foi responsável por indicações no governo Bolsonaro, como a de Ernesto Araújo como chanceler, que deixou o governo em março deste ano, e a do ex-ministro da Educação Ricardo Vélez Rodrigues, demitido pelo presidente em abril de 2019. Todos, assim como Ricardo Salles e Abraham Weintraub, nocivos e altamente incompetentes.