27 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Papa abre Sínodo e diz que Amazônia precisa é do fogo de Deus

Sínodo da Amazônia ocorre até o dia 27 deste mês, com o tema Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral

Papa Francisco – Reuters/Yara Nardi

O papa Francisco disse neste domingo (6), durante a missa de abertura da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan Amazônica, celebrada na Basílica de São Pedro, no Vaticano, que a Amazônia precisa do fogo de Deus e não do fogo ateado por interesses.

Na celebração, Francisco disse ainda que o fogo de Deus é também amor que ilumina, que aquece e dá vida; e não aquele que se “alastra e devora”.

“O fogo ateado por interesses que destroem, como o que devastou recentemente a Amazônia, não é o do Evangelho. O fogo de Deus é calor que atrai e congrega em unidade. Alimenta-se com a partilha, não com os lucros. Quando sem amor nem respeito se devoram povos e culturas, não é o fogo de Deus, mas do mundo. Contudo quantas vezes o dom de Deus foi, não oferecido, mas imposto! Quantas vezes houve colonização em vez de evangelização! Deus nos preserve da ganância dos novos colonialismos.” Papa Francisco.

O Sínodo da Amazônia ocorre até o dia 27 deste mês, com o tema Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. A celebração de abertura do evento religioso começou com a entrada de 185 padres sinodais, sendo 58 do Brasil.

Estavam presentes também representantes de comunidades indígenas. O papa pediu que o Espírito de Deus inspire o Sínodo para que renove os caminhos da Igreja Católica na Amazônia.

“Reacender o dom no fogo do Espírito é o oposto de deixar as coisas correr sem se fazer nada. E ser fiéis à novidade do Espírito é uma graça que devemos pedir na oração. Ele, que faz novas todas as coisas, nos dê a sua prudência audaciosa; inspire o nosso Sínodo a renovar os caminhos para a Igreja na Amazônia, para que não se apague o fogo da missão.” Papa Francisco.

Contraste

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na terça-feira passada, que “o interesse na Amazônia não é no índio nem na porra da árvore, é no minério”. De boca cheia e em cima de uma cadeira, a afirmação aconteceu em discurso a garimpeiros de Serra Pelada (PA) em frente ao Palácio do Planalto, após Bolsonaro receber representantes do grupo.

O presidente afirmou ainda que irá divulgar um vídeo sobre a exploração do grafeno que, ajudaria a “abrir a cabeça da população”, e voltou a criticar o líder indígena Raoni Metuktire , dizendo que ele não fala pelos índios. E falou que os mineradores eram mais felizes na ditadura.