28 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Alagoas

Prefeito Júlio Cézar, os precatórios e as presas escondidas das cobras  venenosas

Maioria dos prefeitos alagoanos não quer pagar os precatórios dos servidores da educação

Júlio Cézar: pagamento dos precatórios foi concluído há uma semana

Depois de pagar R$ 30 milhões de precatórios aos professores de Palmeira dos Índios, o prefeito Júlio Cézar (MDB) passou a receber olhares não tanto amistosos de colegas seus, que não estão dispostos a liberar os recursos reivindicados pelos trabalhadores da educação.

Em conversa com aliados, no próprio gabinete, o prefeito deixou claro que não vai se preocupar com a questão dos olhares tortos, mesmo sabendo que em Alagoas “as cobras venenosas escondem as presas”.

Mas não só isso, destaca ele: “Nós estamos numa terra em que as balas fazem curvas e cachorro raivoso não late, faz au…, au…”.

É verdade que ele fala metaforicamente. Mas, é por demais estranho que prefeitos do interior alagoano não se esforcem para pagar os precatórios do Fundeb aos profissionais da educação.

Eles receberam o dinheiro a fundo perdido e, no entanto, negam direito a quem mais trabalha na formação da vida cultural, da cidadania e do conhecimento de cada cidade.

Há no escopo da Associação dos Municípios Alagoanos uma espécie de mantra de que a justiça impede o pagamento. Balela. Ou desculpa esfarrapada.

Se fosse um fato, o prefeito de Maceió, JHC (PL), não teria feito o pagamento dos precatórios aos servidores da educação municipal.

E curioso: Logo depois dele, o próprio Júlio Cézar concluiu há uma semana o pagamento desses precatórios na terra Xucuru-Kariri.

E não é por ser ele um negro, descendente de índio Fulni-ô, de Águas Belas, em Pernambuco, que, neste caso, teria sido abençoado pelos espíritos dos ancestrais. Coisa nenhuma!

Na verdade, ele fez o caminho que todo e qualquer gestor deveria fazer. Especificamente, foi à Justiça Federal, na 5ª Região, no Recife, e conquistou o direito de liberar os precatórios ao pessoal do magistério.

Portanto, quem não paga é por que não quer. O dinheiro existe e não é pouco.

Agora, cabe a cada prefeito revelar, verdadeiramente, o que quer fazer com a grana.