16 de junho de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Reeducandas passam a ter visitas virtuais com parentes custodiados em outros presídios

Equipamento de videoconferência doado pelo TJAL ao presídio Santa Luzia foi inaugurado nesta quarta (22), pelo desembargador Celyrio Adamastor Acioly

O equipamento de videoconferência doado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) ao Presídio Santa Luzia possibilitou, nesta quarta (22), o contato entre irmãos que não se viam há mais de quatro anos. A reeducanda Mayara Catiane da Silva se emocionou ao conversar, pela primeira vez desde que foi custodiada, com o irmão que está preso no Presídio do Agreste.

“Eu me sinto a pessoa mais feliz do mundo por ver o meu irmão, por ter esse encontro pela chamada de vídeo. Agradeço a todos daqui da unidade que sempre estão apoiando a gente, lutando para a gente ter essa rica oportunidade. Eu sempre fui muito apegada aos meus familiares”, disse Mayara.

Mayara Catiane conversou com seu irmão pela primeira vez depois de quatro anos custodiada. Foto Caio Loureiro

O supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário de Alagoas (GMF), desembargador Celyrio Adamastor Acioly, inaugurou o equipamento que tem como principal objetivo promover o contato entre parentes custodiados em lugares diferentes por meio de visitas virtuais.

“Feliz do Judiciário que pode fazer a ressocialização de uma maneira diferente. O TJAL trouxe para o Sistema Prisional a videoconferência que faz com que as pessoas que não veem parentes há anos tenham essa possibilidade. Com a videoconferência, vamos uni-los, mesmo indiretamente. A distância não importa, o que importa é o carinho entre eles, que se vejam e conversem”, falou.

Supervisor do GMF, Celyrio Adamastor, lembrou que o objetivo é humanizar o cumprimento da pena. Foto: Caio Loureiro

Além de aproximar as famílias, o desembargador Celyrio Adamastor também lembrou do objetivo de humanizar o cumprimento da pena.

“Essa humanização vindo para o presídio, o que vai acontecer? Nós vamos acalmar o presídio. O clima vai ser outro, vai ser um clima mais ameno, porque ele sabe que está encontrando aqui aquilo que ele encontrava lá fora, o calor humano”, expressou o desembargador.

O juiz Alexandre Machado, membro do GMF e um dos titulares da 16ª Vara Criminal da Capital – Execução Penal, explicou que algumas das reeducandas não recebem visitas porque seus companheiros e parentes também estão em regime fechado.

“Sabendo que essas visitas são importantes, até para o fim de reintegração social, de humanização da pena, foi possibilitado junto ao TJAL a entrega de um equipamento que vai permitir que elas tenham essa visita virtual daqui da própria comunidade prisional”, explicou.

Desembargador Celyrio Adamastor e o juiz Alexandre Machado durante a 2ª visita realizada nesta quarta (22). Foto: Caio Loureiro

O equipamento também servirá para realizar audiências sem a necessidade de deslocamento das presas para a Sala de Conferência ou até mesmo para unidades judiciárias.

“A gente consegue equilibrar com essa necessidade de segurança e disciplina nesse tempo prisional, ao tempo que a gente não precisa tirar essa reeducando daqui da unidade prisional e levá-la para fora da unidade prisional com escolta”, informou o magistrado Alexandre Machado.

As visitas virtuais funcionarão uma vez por mês, com duração de até 20 minutos.