O passado em aberto que assombra o futuro incerto de Aécio Neves
Por Breiller Pires*
No auge de sua carreira, ainda no último mandato como governador de Minas Gerais, o herdeiro do trono imaginário de estadista nacional deixado por Tancredo Neves era exaltado pela habilidade de ser notado sem ser mal falado. O jeito Aécio de fazer política se baseava na discrição tipicamente mineira e num estilo conciliador que o fez colecionar apoios até mesmo de prefeitos de oposição ao PSDB no Estado. Hoje, atordoado por mais uma denúncia de corrupção —dessa vez na esteira da Operação Ross, em que a Polícia Federal suspeita que ele tenha recebido quase 110 milhões de reais em propina do grupo J&F—, o cacique tucano contempla o fracasso de uma estratégia oposta à que marcou sua trajetória: não ser notado para não ser mal falado.
Até a eleição, 2018 conspirava