A cúpula do centrão decidiu que vai apoiar Geraldo Alckmin (PSDB), isolando Ciro Gomes (PDT) na disputa pela Presidência da República. O anúncio oficial do acordo, entretanto, só deve ocorrer na próxima quinta (26). Até lá, os comandos de DEM, PP, PR, SD e PRB vão informar as instâncias inferiores de seus partidos e resolver questões de alianças nos estados.
O acordo do bloco capitaneado por DEM e PP com Geraldo Alckmin (PSDB) abre brecha para o centrão exercer poder de tutela inédito na história recente sobre um mandatário do país.
Apesar de quase certo, os líderes têm que contornar divergências internas provocadas, principalmente, por acordos regionais. Com o apoio do centrão, Alckmin, que tinha sozinho 1 minuto e 18 segundos na propaganda eleitoral na TV, somará 4 minutos e meio, quase 40% de toda a fatia da disputa. O total é 12 minutos e 30 segundos
Adversário histórico do PSDB, o PT, que ainda não fechou nenhuma aliança, tem 1 minuto e 34 segundos. Logo após se reunirem na residência oficial da presidência da Câmara, representantes do bloco viajaram a São Paulo para encontrar Alckmin.
Ciro não se decide
As negociações partidárias enfraqueceram Ciro Gomes. Ele, que tentou se adequar à pauta do centrão, fracassou com contradições e explosões de raiva e caiu em contradição ao discutir uma aliança com siglas que carregam agendas bem diferentes da sua.
Diante do DEM e PP, Gomes confundiu setores à esquerda que enxergavam em seu nome uma alternativa ao ausente ex-presidente Lula. Chegou até a falar que sua proposta de revogar a reforma trabalhista era só um jeito de falar, e que tudo seria discutido em harmonia com os partidos do centrão que ele adorava fustigar. Tentou agradar aos dois lados e acabou não conquistando nenhum. Por enquanto.