26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Maceió

Após quatro famílias recusarem doação, alagoana segue na fila do transplante

Em corrente nas redes sociais, prima procura conscientizar a população para a importância da doação de órgãos:

Ana Karolina Gama de Moraes, de 29 anos, luta por sua vida há mais de 1 ano. Ela está na fila de transplantes à espera de um coração, desde outubro de 2017. Mais precisamente, 48 horas depois do nascimento de sua primeira filha.

À época, ela foi hospitalizada às pressas com quadro grave de insuficiência cardíaca. Ana Karolina adquiriu miocardiopatia periparto, uma doença idiopática, relativamente rara, associada com disfunção cardíaca grave e que ocorre no final da gestação, com mortalidade materna de alto índice em nosso país.

Há alguns dias, seu quadro piorou muito, valendo sua posição como uma das primeiras posições na fila de transplante. Sem um novo coração, ela não deve resistir. E o sentimento de angústia fica pior, pois só nas últimas dua semanas, quatro corações compatíveis não foram usados.

Os portadores dos corações viáveis não se declararam doadores. E com a retirada de órgãos dependendo exclusivamente do consentimento da família, estas não consentiram.

As informações são de Alyne Gama, que em corrente nas redes sociais, procura conscientizar a população para a importância da doação de órgãos:

Em que pese o medo de se declarar doador num país, onde corrupção impera em todos os âmbitos, e o medo de tráfico de órgãos seja real, as pessoas precisam ao menos se conscientizar da importância de deixar claro pra sua família que ainda que não esteja em seu documento a sua declaração expressa de ser doador, esta é a sua vontade. Impor para que sua família respeite. De outra banda, entendemos a esperança dos familiares daquele ente que já teve a morte cerebral declarada (que ocorre quando o cérebro deixa de funcionar completamente, e por isto, a pessoa nunca irá se recuperar), mas acreditam que milagrosamente ele irá voltar à vida. Entendam: o milagre da vida é justamente seu ente continuar vivo em outro. POR ISSO, DOE!!

Doação no Brasil

Apesar de Ana ter sofrido a recusa de quatro famílias diferentes, a situação no Brasil registrou pequena melhora nos últimos anos.

Entre janeiro e junho de 2018, a pasta registrou crescimento de 7%, em relação ao ano passado, no número de doadores efetivos de órgãos – aqueles que iniciaram a cirurgia para a retirada de órgãos com a finalidade de transplante.

O número de doadores no primeiro semestres passou de 1.653 em 2017 para para 1.765 em 2018 e a expectativa é chegar a 3.530 até o final do ano. O Ministério da Saúde estima que vai alcançar recorde nos transplantes de fígado (2.222), pulmão (130), coração (382) e medula óssea (2.684).