O novo superintendente regional do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) no Estado, o coronel da Polícia Militar Evandro Cunha dos Santos, foi demitido na tarde desta terça-feira (10).
A demissão foi após Evandro Cunha ter dito, em audiência pública realizada em Altamira (PA), que iria parar de danificar equipamentos apreendidos em garimpos ilegais no Pará. A declaração teria sido dada sem respaldo do governo do presidente Jair Bolsonaro.
“Fiquem certos que a destruição de equipamentos vai cessar, entendam que nós somos únicos, mas vamos trabalhar diuturnamente para acabar com essa problemática de estarem danificando patrimônio alheio. O trabalhador merece respeito, e terá o respeito do governo federal. Eu sou soldado e eu sei cumprir ordem, a ordem que recebi foi para parar com isso daí”. Evandro Cunha dos Santos, ex-superintendente regional do Ibama no Pará.
Evandro Cunha dos Santos disse que é “um homem de Deus e que homem de Deus não gosta de fogo”. Ele afirmou que “quem gosta de fogo é satanás”. Santos foi nomeado para a chefia do Ibama paraense no último dia 2 pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Pela legislação, a destruição de produtos e instrumentos usados em crimes ambientais é autorizada quando não for possível retirá-los da mata. E a fala de Santos coloca em risco servidores do órgão que atuam em operação no município de Altamira (PA), que lidera os índices de desmatamento e de focos de incêndio no país.
Atualmente, grupos de garimpeiros vêm respondendo com violência e protestos às fiscalizações feitas pelos órgãos ambientais no Pará. Em 30 de agosto, agentes do Ibama foram alvos de tiros próximo a uma área indígena da região. Para a Polícia Federal, os criminosos queriam intimidar as ações de combate a garimpos ilegais na região.