26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Alagoas

Davi Maia pede CPI da Sesau após denúncia de “supersalários”

De acordo com o parlamentar, Marcos André Ramalho estaria, há meses, recebendo salários em torno de R$ 72 mil mensais

Em pronunciamento durante a sessão ordinária desta quarta-feira, 18, o deputado Davi Maia (DEM) apresentou graves denúncias sobre pagamento de “supersalários” na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), envolvendo o nome do secretário Executivo da Pasta, o médico e sargento do Corpo de Bombeiros de Alagoas, Marcos André Ramalho.

De acordo com o parlamentar, Ramalho estaria, há meses, recebendo salários em torno de R$ 72 mil mensais dos cofres da Sesau, conforme publicação no Portal da Transparência e que, se comprovada as denúncias, estaria, juntamente com o secretário de Saúde, Alexandre Ayres, cometendo atos de improbidade administrativa.

Esse supersalário, segundo Davi Maia, cobre as diversas funções atribuídas ao Sargento Ramalho, que além de secretário Executivo, atua como plantonista do Samu, é diretor de Hospital Metropolitano, e ainda trabalha como plantonista do Hospital Metropolitano.

“Estamos vivendo um verdadeiro escárnio na administração pública. É inacreditável e humanamente impossível. É um absurdo”, declarou o deputado oposicionista, taxando o secretário de “superservidor” e pedindo apoio aos pares para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), com o intuito de apurar as denúncias.

“Não acreditei de pronto e fui pesquisar no Portal da Transparência, e vi que esse servidor estaria, há meses, recebendo em torno de R$ 70 mil”, contou Maia, informando que consultou escalas e plantões, no site da Secretaria da Saúde, para saber se o valor estava correto e confirmou a veracidade da informação.

O deputado prosseguiu informando que no mês de abril o secretário Executivo deu 42 plantões no Samu e no Hospital Metropolitano. “Cada plantão regular tem no mínimo 12 horas, foram, portanto, 504 horas de plantão e o mês tem apenas 744 horas. Menos as 160 horas obrigatórias que deveria prestar à Sesau, menos as 504 horas dos plantões, sobra a este superservidor 2h30 por dia”, observou Davi Maia, considerando humanamente impossível dedicar tanto tempo ao trabalho.

Ainda de acordo com a denúncia de Maia, Ramalho realizou 14 plantões no mês de março, ao mesmo tempo no Samu e no Hospital Metropolitano.

“Dois plantões pelo mesmo turno. Ou seja, estamos falando de um super-herói, aquele que consegue se multiplicar. Estamos diante de uma gravíssima fraude ao erário público”, acusa o parlamentar do Democratas, dizendo ter em mãos as provas do que considera atos de improbidade administrativa.

Em apartes, os deputados Cabo Bebeto (PTC) e Dudu Ronalsa (PSDB) colaboraram com o pronunciamento de Davi Maia e se colocaram favoráveis a abertura de uma investigação para apurar o pagamento de valores tão altos ao secretário Executivo.

“Avalio que a Comissão de Saúde desta Casa deva se debruçar sobre esse assunto, para então falarmos em CPI”, disse Ronalsa, parabenizando Maia pelo pronunciamento.

Já o presidente da Comissão de Saúde do Parlamento, deputado Léo Loureiro (PP), disse que o colegiado não se furtará de analisar a documentação.

“Vamos esperar as documentações chegarem, buscar as informações de forma transparente e serena, porque sem essa documentação e os esclarecimentos do secretário Alexandre Ayres e do sargento Ramalho não posso fazer nenhum julgamento sobre o caso”, argumentou Loureiro.