Apesar de pegar “Deus acima de todos” e jurar que defende a moral e os bons costumes, o governo Bolsonaro é tão extremista, que não dá nem mais para disfarçar. E eles nem se importam mais.
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro, sem nenhuma celeuma, enalteceu os tempos de ditadura e já fala em “passar mal” por ter que seguir a constituição, seu entorno, mesmo sem o passe livre do presidente, segue apelando no discurso.
O que não é mais nenhuma novidade. O filho do presidente, um deputado federal, dizer estar com “pena” da cobra que torturou uma mulher (Miriam Leitão, grávida, trancada em uma quarto com uma jiboia, durante a ditadura) nem choca mais. É como eles são: adoram quem tortura. Odeiam o pensamento contrário.
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E em uma situação que, aos poucos, foi ganhando espaço por causa de posições polêmicas quanto a minorias e militarização (sem nunca deixar de praticar um roubo de salário aqui e acolá), o senso crítico do brasileiro médio vai diminuindo. Ficando burro. Nervoso. Perigoso. Agressivo.
A defesa agora é a da agressão. O desejo irrestrito de liberdade de expressão absoluta (menos, claro, para o que eles não concordam), seja nas esferas dos poderes ou na cultura do brasileiro, vem mudando para pior.
Chora, negrada vitimista! 🇧🇷🤣✌️ pic.twitter.com/vHpVBHhstO
— Sérgio Camargo (@CamargoDireita) April 2, 2022
Como alguém, à frente da, a fundação federal brasileira de promoção da afro-brasilidade, é tão contra a história dos negros. Por que o uso de um discurso tão irônico, que usa até um “KKK” estrategicamente posicionado no texto?
O que diabos está acontecendo? É um governo que benze armas, desvia recursos da educação e vê o retorno da fome, com pessoas formando filas para comer osso.
Ao fim da janela partidária, o PL de Valdemar Costa Neto e Bolsonaro foi o que mais ganhou deputados, passando a tendo a maior bancada da Câmara. É o centrão/bolsonaro dominando o Congresso.
E diante de tudo esse absurdo, até mesmo a avaliação do (péssimo) desempenho do governo na pandemia vem melhorando. É triste. A consequência disso não deveriam ser novas vagas o congresso, estados e reeleição.
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Mesmo com as mortes, com o roubo e corrupção, seguem dizendo que nada aconteceu e que está tudo às mil maravilhas. O pior é que ainda tem quem acredite. Nas ruas. De forma burra. Nervosa. Perigosa. Agressiva.
Seria até de interesse público uma contagem regressiva para a eventual realização das eleições, mas as mesmas vão ocorrer com dúvidas criadas pelo próprio governo. Que admite não concordar com um resultado que não sua vitória. E tem gente vibrando ainda.
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Pra quem falava tanto em o Brasil não virar uma Venezuela, em alguns aspectos, estamos nos aproximando exatamente disso. E pior: estamos cada vez indo mais para outro extremo, como na Rússia ou Hungria.
Tudo isso sem perspectiva de melhora. Por que a população ficou mais burra. Nervosa. Perigosa. Agressiva. E extremista.