O ministro da Economia, Paulo Guedes, desistiu de ir ao Congresso nesta terça-feira (26) para defender a reforma da Previdência em reunião da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, primeira etapa para aprovar a proposta.
Descontentes com o governo, líderes de partidos independentes ao presidente Jair Bolsonaro articulavam um boicote ao debate com o ministro.
“É melhor nem vir mesmo. Já tínhamos sugerido isso na semana passada”. Arthur Lira (AL), líder do PP.
Crise
O Centrão entrou de vez na crise com o Governo. Após o racha com o presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governo Jair Bolsonaro (PSL) pode ter que lidar com a vontade da casa enterrar sua proposta de Reforma da Previdência e em seu lugar usar a feita pelo governo Michel Temer (MDB).
A ausência de Guedes só piora a situação. Ele deveria esclareça pontos da medida, a reforma previdenciária dos militares, a reestruturação da carreira das Forças Armadas e a necessidade de mudança do sistema de Previdência Social do país.
Mas não há clima.
Guedes quer economizar R$ 1 trilhão em dez anos. Em 2017, Temer previa poupar R$ 800 bilhões em igual período, e a proposta aprovada na comissão especial sobre a reforma na Câmara fechou o valor em R$ 600 bilhões.
Desde a semana passada, integrantes de partidos que apoiam mudanças nas regras das aposentadorias mas que estão descontentes com o tratamento de Bolsonaro ao Congresso começaram a considerar ignorar a proposta do atual governo.