28 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Blog

Na propaganda, anjos e santos estão na TV pedindo o voto do alagoano

Fora dela, há gente que pode até encarnar o diabo

A campanha eleitoral está no ar. No rádio e TV desfilam os candidatos e, todos, sem exceção, se apresentam como o ser capaz de transformar tudo e a vida de cada um pobre mortal.

O desfile, a cada guia eleitoral, é de “anjos e santos”. Sejam dos que já fizeram acontecer, os que fazem acontecer e os que dizem que vão fazer acontecer. Em suma, não há muita diferença de discursos uma vez que ser o bom é o objetivo. E com esse conceito assegurar a conquista do que mais interessa que é o voto popular.

Voto, aliás, que deveria ser livre, soberano, sem cabresto. Mas, tudo não passa de uma ilusão. Pelo menos, aqui, entre nós das Alagoas.

Há uma massa eleitoral nas cidades e na periferia da capital que é controlada por uma minoria de políticos. Estes integram a casta da elite, capaz da politicagem em qualquer grau para ter o voto da maioria vítima da desigualdade social gritante.

E assim o voto tem um preço. Quem pode paga. E quem paga é sempre o que nasceu em berço esplêndido, sabe-se lá como o berço chegou até ele.

Mas, no guia eleitoral midiático, diante dos holofotes os candidatos se apresentam com áureas douradas e prateadas. Longe do guia podem até encarnar o diabo, desde que nada possa ser registrado.

Para esses, é latente a convicção de que só eles podem exercer o poder, enquanto “camada superior da população”.

É justamente desta forma que grupos políticos tradicionais vão se elegendo a cada eleição. Instituíram a logística do voto para a massa periférica e graças a isso vão se mantendo no poder.

Aliás, Frei Vicente do Salvador, já dizia em 1627, em sua obra ‘História do Brasil:

-Nem um homem nesta terra é repúblico. Nem um homem zela e trata do bem comum, senão cada um do bem particular.

Aqui, no entanto, cabe a ressalva: -Raros são os de bons propósitos.