30 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

OEA: Fake news pelo WhatsApp é fenômeno mundial sem precedentes

Haddad chama a mentira de “coisa do diabo” e explica evangélicos se afastaram de Bolsonaro

O uso do WhatsApp para disseminação de notícias falsas é um “fenômeno sem precedentes” que tem preocupado a missão da OEA (Organização dos Estados Americanos), que está no Brasil para observação das eleições.

“O fenômeno que estamos vendo no Brasil não tem precedentes, fundamentalmente por uma razão”, disse a chefe da missão, Laura Chinchilla. “O WhatsApp é uma rede que apresenta muitas complexidades para que as autoridades possam acessar e investigar. É uma rede que gera muita confiança nas pessoas porque são pessoas próximas a elas que mandam as notícias”.

Chinchilla e outros representantes da missão estiveram reunidos nesta quinta-feira (25) em um hotel na zona sul de São Paulo com o candidato do PT a presidente, Fernando Haddad, sua vice, Manuela D’Ávila (PCdoB), a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

A reunião foi solicitada pela campanha petista em razão da denúncia do jornal “Folha de S.Paulo” sobre a compra, por parte de empresas, de disparos de mensagens no WhatsApp contra o PT.

Segundo a OEA, há interesse da missão em encontrar também a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) antes do segundo turno, que acontece no domingo (28).

“Atenção”

“O que nós pedimos a eles é para, nessa reta final, tentar observar com bastante atenção o que pode acontecer de hoje para domingo”, disse Haddad em pronunciamento à imprensa. “Queremos evitar o que aconteceu no final do primeiro turno”, citando uma “avalanche” de notícias falsas entre a sexta e o domingo no primeiro turno.

Após a reunião, Haddad afirmou em seu Twitter que “mentira é coisa do diabo” e afirmou que a queda nas intenções de voto de seu rival, Jair Bolsonaro, entre os evangélicos está ligada às notícias falsas.