26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Renan Calheiros diz que Prevent Senior é “plano macabro da morte”

Relator disse que depois das descobertas da CPI da Covid, a operadora não pode ser considerada um plano de saúde

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse hoje (22) na CPI da Pandemia que a operadora Prevent Senior não pode mais ser considerada um plano de saúde. Segundo ele, depois das revelações sobre a ocultação de mortes por covid-19, a empresa se tornou um “plano macabro de mortes”.

Em seu perfil no Twitter, o relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado disse que a definição da palavra prevenção (tradução em português para “Prevent”) não corresponde com a empresa depois das práticas descobertas pelos senadores.

A Prevent Senior é investigada na CPI da Covid por ter supostamente usado pacientes com coronavírus em uma pesquisa com remédios do chamado ‘kit covid’. Os testes teriam sido realizados sem ciência e autorização dos indivíduos. Cerca de 700 pessoas foram cobaias do estudo, das quais 9 morreram.

A acusação contra a Prevent Senior por possivelmente ter ocultado a causa de mortes por covid-19 por outras doenças foi trazida pela 1ª vez pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), em sessão da CPI em 16 de setembro. Segundo ele, a operadora não notificou todas as mortes pela doença que ocorreram em suas unidades.

O diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, negou hoje que a empresa tenha ocultado mortes por covid-19, negou acusação da CPI da Covid de que teria feito um “estudo clínico” para balizar a aplicação do chamado kit covid e, em depoimento ao colegiado, responsabilizou médicos vinculados à operadora por suposta manipulação de dados e divulgação indevida de prontuários de pacientes.

Batista Júnior negou que a Prevent tenha escondido mortes por covid-19. No entanto, ele confirmou que houve a orientação para que os médicos modificassem o CID (código de diagnóstico) de pacientes que deram entrada com covid-19, após 14 ou 21 dias, a depender do caso de cada um.

Segundo documentos recebidos pela CPI, de acordo com Otto, as certidões de óbito não indicavam que o paciente tinha sido internado com covid-19 e que a morte foi por complicações da doença. A empresa nega as acusações e afirma que “tomará todas as medidas judiciais cabíveis” contra os médicos que enviaram denúncia à CPI.

A defesa da operadora de planos de saúde disse que as informações da denúncia foram baseadas em documentos e mensagens editados e fora de contexto. Também prometeu entregar provas à comissão que atestariam a inocência da companhia. Até agora, os advogados não apresentaram os documentos.