26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Policia

Reunião com governo termina sem acordo e polícia civil mantem paralisação em AL

Enquanto for mantida a paralisação, não serão confeccionados os BOs nem cumpridos mandado de busca e apreensão

Após a reunião desta terça-feira (21) com a Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag) terminar sem acordo, os policiais civis decidiram manter a paralisação das atividades.

Como o governo do Estado não aceitou a proposta apresentada pela categoria, de valorização por meio do aumento do piso salarial, e a contraproposta de reestruturação do plano de carreira não foi suficiente, agentes e escrivães seguem de braços cruzados.

Já nesta quarta-feira (22), uma assembleia com os diretores das delegacias vai analisar o encontro, para que na próxima segunda-feira (27), as definições sejam apresentadas aos policiais civis.

Na manhã de segunda, quando questionado sobre a paralisação, o governador Renan Filho disse que os policiais estão em seu direito de se manifestar e que seguirá dialogando. Mas ciente de que o atual cenário econômico do Brasil não permita reajustes ‘a toda hora o que todas as categorias esperam’.

“Outros estados nem salários pagam. Não dá para discutir toda hora o que todas as categorias esperam que o estado faça. Tem oito estados no Brasil nesse momento sem pagar salários. Isso precisa ser dito a imprensa, porque a imprensa precisa, na hora de escrever a matéria, levar isso em consideração para não parecer que estamos vivendo em um estado sem relação com o que ocorre no Brasil. A gente espera que todos os servidores, de maneira geral, tenham consciência do momento que vive o Brasil”. Renan Filho, governador de Alagoas.

72 horas

Nesta segunda (20), agentes e escrivães iniciaram paralisação de 72 horas. Eles pleiteiam reajuste salarial. De acordo com o presidente do Sindpol/AL, Ricardo Nazário, o piso dos agentes e escrivães, no valor de R$ 3.800, é um dos mais baixos do Brasil.

A categoria busca ainda o reconhecimento da periculosidade e a compensação financeira pelo aumento da carga horária.

“O Governo aumentou nossa carga horária de 30 para 40 horas e não houve essa composição financeira. Além disso é um absurdo não reconhecerem que a atividade do policial civil é perigosa”. Ricardo Nazário, presidente do Sindpol/AL.

Durante a paralisação, o Sindpol disponibilizará de música ao vivo a serviços gratuitos de saúde, como aferição de pressão, limpeza de tártaro, aplicação de flúor e avaliação odontológica, além de café da manhã, almoço e lanche.

Enquanto for mantida a paralisação, não serão confeccionados os Boletins de Ocorrência (BOs), Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs), cumpridos mandado de busca e apreensão e, dentre outras atividades, participação dos policiais em operações integradas com as forças de segurança.