O jovem Rodrigo Cunha tem plena consciência das dificuldades que vai enfrentar na guerra pelo voto. Teria um mandato de deputado federal sem muito esforço, mas cedeu aos apelos, pressões e encantos dos tucanos para a disputa majoritária. Ele busca um mandato de senador pelo PSDB.
A questão é que tomou sua decisão de olho no futuro. Firmou compromissos partidários, mas com um acordo tácito para 2020.
Isso mesmo. Os tucanos sabem que as nódoas da bandalheira nacional atingiram em cheio as lideranças da legenda e que, por isso mesmo, precisam fazer emergir novos líderes que assegurem o futuro político de todos.
Assim, Rodrigo Cunha passa a ser o nome tucano para suceder Rui Palmeira em 2020. Ou seja, ele faz o sacrifício agora mas tem a promessa de que todos vão lhe pavimentar o caminho para chegar à Prefeitura de Maceió lá na frente.
A ideia é absolutamente tucana. Mas, até lá, muita coisa haverá de ser construída e superada, como por exemplo, a crise que envolve o partido de Cunha com a família Lira, do PP.
Ou seja, o senador Benedito, o deputado Arthur e o vice-prefeito, Marcelo Palmeira, entendem que os tucanos puxaram o tapete e deixaram o trio, até certo ponto, desconfortável nas articulações para eleições deste ano.
Sobretudo, por que a candidatura de Rodrigo Cunha em nada ajuda na reeleição de Benedito de Lira.
Por enquanto, há muito jogo de cena. Mas o clima nos bastidores está fervendo.