“Eu, pessoalmente, não botaria um preto nos meus comerciais. O preto desvaloriza o produto anunciado (…) O negro não quer ser negro”.
A frase chocou? Então, pare de glorificar uma época em que esse tipo de chorume era dito abertamente e sem medo. Se você é negro e é contra o que se convencionou chamar de “politicamente correto”, reveja sua postura.
Quem disse tamanha sandice foi o publicitário Enio Mainardi. Veja:
Sustentadas nos anos 80 e veladas nos dias de hoje, as palavras de Enio Mainardi, pai de Diogo Mainardi, não estão no nosso passado. Esta é a linha de pensamento que muitas lideranças do mundo ainda perpetuam na manutenção da branquitude. Quebre este ciclo.
via Grupo Metrópole pic.twitter.com/QbMHDRbICI— Mídia NINJA (@MidiaNINJA) October 26, 2020
Negacionista, ele morreu há pouco tempo, vítima da Covid-19.
Você, que é gente, pode dizer: – Menos um racista reacionário no mundo.
Porém, lamento informar que a “árvore” deu fruto. Ele se foi, mas, deixou Diogo Mainardi para dar continuidade ao besteirol podre e elitista.
Veja o que o filho de Enio falou sobre o Nordeste logo após a eleição de Dilma Rousseff:
"O Nordeste sempre foi retrógrado, sempre foi governista, sempre foi bovino, sempre foi subalterno em relação ao poder (…) região atrasada, pouco educada" – Diogo Mainardi, há anos atrás. A elite brasileira é racista e xenofóbica. pic.twitter.com/Kv6wlIlyNn
— Blog Farol jornalismo 🛰 (@BlogFarolNews) October 27, 2020
Muita gente ficou tão indignada que acabou sendo tão cruel e preconceituosa quanto os “italianos” da 25 de Março.
Eles dizem que Diogo Mainardi foi “castigado” ao ter um filho com autismo. Isso não se faz, mesmo sendo o dito cujo um representante de Satã na Terra.
Para mim, o menino é um espírito evoluído, que encarnou com autismo como única forma de suportar o fato de ser filho de um ser tão retrógrado. Caso contrário, só entrando no mundo das drogas para suportar.
A missão, talvez de humanizar o animal, não esteja sendo cumprida a contento. Pelo menos, ele tentou.