1 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Vídeo do pronunciamento: Bolsonaro autoriza uso do Exército na Amazônia

Emprego dos militares será autorizado apenas mediante requerimento do governador de cada estado da região

O presidente Jair Bolsonaro assinou, na tarde desta sexta-feira (23), decreto que autoriza o emprego das Forças Armadas para ajudar no combate aos incêndios na Floresta Amazônica. O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) vale para áreas de fronteira, terras indígenas, em unidades federais de conservação ambiental e outras áreas da Amazônia Legal.

Segundo o texto, que já foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União, o emprego dos militares será autorizado apenas mediante requerimento do governador de cada estado da região. A Amazônia Legal é um território que abrange a totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, de Rondônia, Roraima e parte dos estados de Mato Grosso, do Tocantins e do Maranhão.

De acordo com o decreto, o período de emprego das Forças Armadas no combate aos incêndios vai deste sábado (24) a 24 de setembro. Estão previstas ações preventivas e repressivas contra delitos ambientais e levantamento e combate de focos de incêndio. Conforme o texto, as operações deverão ocorrer em articulação com os órgãos de segurança pública e órgãos e entidades de proteção ambiental.

Reação mundial

O presidente diminuiu

A ingerência com os dados do Inpe sobre o desmate crescente, descaso do ministério do Meio Ambiente e até mesmo jogar a culpa em ONGs fizeram finalmente com que o Brasil de Jair Bolsonaro chamasse a atenção do mundo.

Biarritz, cidade litorânea na costa basca do sudoeste da França, que sediará um encontro do G7, os sete países mais ricos do mundo, terá “medidas concretas” para lidar com a crise na Amazônia. Fontes diplomáticas, de acordo com o UOL, envolvem um aceno de uma ajuda internacional para combater o fogo, inclusive com recursos financeiros.

A operação foi lançada depois que Emmanuel Macron, presidente da França, apresentou a ideia de trazer o tema ambiental para a cúpula, na quinta-feira – e foi chamado de idiota por Eduardo Bolsonaro, filho 03 do presidente que quer se embaixador.

Angela Merkel, da Alemanha, Boris Johnson, Reino Unido, e mesmo Justine Trudeau, no Canadá, embarcaram na ideia da presidência francesa. Mesmo que fuja do padrão a inclusão de um assunto que está em outro território de um país emergente, como o Brasil, que não está no G7.

O presidente Jair Bolsonaro conversa com o presidente da França Emmanuel Macron, em Osaka, no Japão – Divulgação/Presidência da República

Protestos

Protestos em defesa da Amazônia em pelo menos dez cidades da Europa e da Ásia tiveram o presidente Jair Bolsonaro (PSL) como principal alvo. Mais defesa da floresta é a principal reivindicação dos manifestantes, preocupados com o aumento no número de queimadas e de desmatamento. Há até quem peça a renúncia dele.

Os protestos aconteceram em frente às Embaixadas do Brasil em Londres (Reino Unido), Paris (França), Madri (Espanha), Dublin (Irlanda), Berlim (Alemanha) e no Consulado Brasileiro em Genebra (Suíça) e em Nápoles (Itália).

Com convocação dos movimentos como Extinction Rebellion e Fridays for Future, também há registro de protestos em frente à Embaixada do Brasil em Mumbai, na Índia, na praça Dam, localizada no centro de Amsterdã (Holanda), e no centro de Barcelona (Espanha). No Brasil, há protestos convocados para hoje e para o fim de semana em pelo menos 40 cidades.

Cartazes

Em Londres, os manifestantes carregavam faixas e cartazes em defesa da Amazônia e da causa ambiental. Também havia placas contra Bolsonaro: uma delas mostrava uma foto do presidente com pulmões no formato de uma floresta pegando fogo.

Algumas possuem os dizeres “negligência = genocídio”. Alguns manifestantes também pediram a renúncia de Bolsonaro. Em um vídeo, eles entoavam gritos de “Bolsonaro has got to go” (“Bolsonaro tem de sair”).

Em Paris, manifestantes exibiram uma bandeira do Brasil com os dizeres “fora Bolsonaro” e “fora piromaníaco”. Outros cartazes pediam o fim da “matança” da floresta. Há também manifestações que pediam a saída de Bolsonaro da presidência, a realização de eleições gerais e a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ontem, o presidente da França, Emmanuel Macron, usou o Twitter para classificar as queimadas na Amazônia como uma “crise internacional”. Ele cobrou que os líderes do G7 tratem urgentemente do tema. “Nossa casa está queimando”, escreveu. Ele foi chamado de idiota por Eduardo Bolsonaro, que quer ser embaixador.

Hoje, foi a vez de a chanceler alemã Angela Merkel dizer que os incêndios na Amazônia constituem uma “situação urgente” que deve ser discutida durante a cúpula do G7.

O G7, grupo formado por líderes dos EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão, se reúne na cidade de Biarritz (França) neste fim de semana.

One Comment

  • Avatar Andréa da Rocha Fonseca

    Tolerância zero com a criminalidade mas o Queiroz continua desaparecido esse BOZO é patético!

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