O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, participou de de uma audiência na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira. E ele foi destruído com sua total incapacidade de responder as perguntas dos deputados.
O colombiano passou por um constrangimento vergonhoso na Comissão, já que não conseguia apresentar propostas concretas para a área. Em três meses, entre mandos e desmandos, foram 15 demissões em seu ministério.
Ele foi tão mal em sua participação que boatos já cantavam sua demissão, que precisou ser desmentida pelo presidente Bolsonaro.
Sofro fake news diárias como esse caso da “demissão” do Ministro Velez. A mídia cria narrativas de que NÃO GOVERNO, SOU ATRAPALHADO, etc. Você sabe quem quer nos desgastar para se criar uma ação definitiva contra meu mandato no futuro. Nosso compromisso é com você, com o Brasil. pic.twitter.com/tQMgZtr7YS
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 28 de março de 2019
O MEC é alvo de Olavo de Carvalho, que entrou em guerra com o governo. O escritor e guro de Jair Bolsonaro, após uma série de desabafos nas redes sociais, fez o ministro da Educação iniciar uma série de mudanças na pasta. E a pasta não sai do lugar.
Nas longas horas em que Rodríguez tentava enrolar sua falta de conhecimento, a participação da deputada Tabata Amaral (PDT-SP) mais do que resume o dia. “O senhor tem a mínima noção da seriedade do MEC?”, perguntou ela, que não obteve respostas:
Hoje participei de uma reunião com o Ministro Ricardo Veléz na Comissão de Educação. Insistentemente o questionei sobre quais eram os projetos e metas para melhorar a qualidade da educação no Brasil, mas não obtive resposta. pic.twitter.com/RyvyOawUJU
— Tabata Amaral (@tabataamaralsp) 27 de março de 2019
Vasquez
A repercussão negativa do episódio da carta sobre o Hino Nacional enviada a escolas pelo ministro Ricardo Vélez Rodríguez fez com que nomes ligados a Carvalho fossem afastados da pasta.
O MEC é palco de disputa entre três grupos: militares de alto escalão no governo, discípulos de Olavo (incluindo o próprio ministro) e técnicos do Centro Paula Souza, a autarquia paulista que cuida das escolas técnicas.
A insistência do ministro em pautas ideológicas tem preocupado integrantes das alas do Paula Souza e militares, também representado por egressos do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). O ex-reitor do ITA, Anderson Ribeiro Correia, é o presidente da Capes
Após idas e vindas, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou em novembro que o futuro ministro da Educação seria o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, filósofo e professor emérito da Escola de Comando e estado-maior do Exército.
A nomeação aconteceu após vazar o nome de Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, como o mais cotado para o cargo. Mas a bancada religiosa não gostou. Pesava contra Ramos o fato dele, em nenhum momento, ter dado declarações a favor do projeto da Escola sem Partido ou contra discussões sobre gênero em sala de aula.
Temas em debate no Congresso Nacional contra o que seria uma doutrinação partidária por professores, serviram para alavancar o nome de Bolsonaro no cenário nacional bem antes de sua pré-candidatura presidencial.
Com apoio dos evangélicos, o presidente eleito foi um dos líderes de movimento contra a discussão de gênero nas escolas. No governo Dilma Rousseff, ele denunciou a entrega para alunos do que, segundo ele, seria um kit em que se ensina a ser homossexual e de um livro sobre sexo para crianças.
O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, já coleciona uma série de polêmicas em sua curta gestão. Ele já chegou ‘a dizer que a universidade não é para todos e defendeu incluir a disciplina educação moral e cívica no currículo do ensino fundamental “para os estudantes aprenderem o que é ser brasileiro e quais são os nossos heróis”.
Ele também já disse que o brasileiro viajando é um “canibal que rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola”