23 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Vídeo: MEC tem participação vergonhosa em Comissão e ministro quase é demitido

Ele foi tão mal em sua participação que boatos já cantavam sua demissão, que precisou ser desmentida pelo presidente Bolsonaro

O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, participou de de uma audiência na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira. E ele foi destruído com sua total incapacidade de responder as perguntas dos deputados.

O colombiano passou por um constrangimento vergonhoso na Comissão, já que não conseguia apresentar propostas concretas para a área. Em três meses, entre mandos e desmandos, foram 15 demissões em seu ministério.

Ele foi tão mal em sua participação que boatos já cantavam sua demissão, que precisou ser desmentida pelo presidente Bolsonaro.

O MEC é alvo de Olavo de Carvalho, que entrou em guerra com o governo. O escritor e guro de Jair Bolsonaro, após uma série de desabafos nas redes sociais, fez o ministro da Educação iniciar uma série de mudanças na pasta. E a pasta não sai do lugar.

Nas longas horas em que Rodríguez tentava enrolar sua falta de conhecimento, a participação da deputada Tabata Amaral (PDT-SP) mais do que resume o dia. “O senhor tem a mínima noção da seriedade do MEC?”, perguntou ela, que não obteve respostas:

Vasquez

A repercussão negativa do episódio da carta sobre o Hino Nacional enviada a escolas pelo ministro Ricardo Vélez Rodríguez fez com que nomes ligados a Carvalho fossem afastados da pasta.

O MEC é palco de disputa entre três grupos: militares de alto escalão no governo, discípulos de Olavo (incluindo o próprio ministro) e técnicos do Centro Paula Souza, a autarquia paulista que cuida das escolas técnicas.

A insistência do ministro em pautas ideológicas tem preocupado integrantes das alas do Paula Souza e militares, também representado por egressos do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). O ex-reitor do ITA, Anderson Ribeiro Correia, é o presidente da Capes

Após idas e vindas, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou em novembro que o futuro ministro da Educação seria o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, filósofo e professor emérito da Escola de Comando e estado-maior do Exército.

A nomeação aconteceu após vazar o nome de Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, como o mais cotado para o cargo. Mas a bancada religiosa não gostou. Pesava contra Ramos o fato dele, em nenhum momento, ter dado declarações a favor do projeto da Escola sem Partido ou contra discussões sobre gênero em sala de aula.

Temas em debate no Congresso Nacional contra o que seria uma doutrinação partidária por professores, serviram para alavancar o nome de Bolsonaro no cenário nacional bem antes de sua pré-candidatura presidencial.

Com apoio dos evangélicos, o presidente eleito foi um dos líderes de movimento contra a discussão de gênero nas escolas. No governo Dilma Rousseff, ele denunciou a entrega para alunos do que, segundo ele, seria um kit em que se ensina a ser homossexual e de um livro sobre sexo para crianças.

O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, já coleciona uma série de polêmicas em sua curta gestão. Ele já chegou ‘a dizer que a universidade não é para todos e defendeu incluir a disciplina educação moral e cívica no currículo do ensino fundamental “para os estudantes aprenderem o que é ser brasileiro e quais são os nossos heróis”.

Ele também já disse que o brasileiro viajando é um “canibal que rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola”