Depois de 700 toneladas de picanha e 80 mil cervejas, pagos com dinheiro público, as Frças Armadas voltam ao noticiário nacional, após a compra de 139 mil quilos de lombo de bacalhau.
Segundo o site Congresso em Foco, da cerveja, além do bacalhau, 660 garrafas de conhaque e 10 litros de uísque 12 anos.
As compras foram reveladas no Painel de Preços do Ministério da Economia e logo repercutiram no Congresso Nacional.
Disse o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO): – O lombo é o corte mais nobre do bacalhau, usado para pratos requintados e caros em restaurantes sofisticados, algo muito distante do cardápio da maioria dos brasileiros. É revoltante saber que esses processos correram em plena crise, quando falta o básico para muitas famílias e os recursos deveriam ser aplicados no combate à pandemia”.
Ao analisar cada processo, o deputado constatou indícios de superfaturamento. Um dos pregões é para a aquisição 1.195 quilos de bacalhau salgado eviscerado, ou seja, a peça inteira, sem cabeça e pele, para o Comando da Marinha. O preço estipulado por quilo é de R$86,88.
“Os valores causam estranheza porque na peça vem tudo, não só a parte nobre, não justifica o preço estipulado. Além de ser um luxo inadmissível para ser pago com recursos públicos, ainda há sobrepreço. Esse dinheiro deveria ser aplicado na Saúde e na Educação e não nessas regalias”, destaca o parlamentar. Outro exemplo é o processo para compra de 40 quilos de bacalhau desfiado para o Comando do Exército ao custo de R$127,93 o quilo.
Elias Vaz está discutindo com um grupo de mais nove parlamentares do PSB a apresentação de pedido para instalar na Câmara uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as compras do governo federal.