Desde que decidiu encerrar suas atividades como primeira grande bailarina de Alagoas, Eliana Cavalcanti, deixou entristecido o meio artístico nesta terra.
Ela, mais que uma bailarina, é uma mulher lutadora, centrada no seu campo e com visão de direitos da cidadania e de respeito aos semelhantes.
Em cada passo, além da dança, uma coreógrafa, escritora, formadora de gerações que venceu barreiras e encantou nos palcos com movimentos mágicos e precisos.
Eliana também é autora do livro Gota d’água − o abuso do poder e a eloquência múltipla da palavra – lançado em 2011.
Por que parou, parou por quê?
Na verdade, cumpriu e respeitou seu tempo. Mas, antes construiu as pontes necessárias para o espetáculo – que sempre amou – em princípios continuar com os novos talentos que brotaram de sua escola.
Talvez tudo tivesse sido diferente, se não fosse a tragédia do Pinheiro, bairro vítima do maior crime ambiental do mundo provocado pela mineradora Braskem, onde estava situada a Academia de Ballet Eliana Cavalcanti.
Com toda certeza encerrar as atividades no mundo da arte não foi uma decisão simples. Como não foi simples viver nesse meio complexo e repleto de adversidades de toda ordem, na terra alagoana, para uma pernambucana de origem.
Mas o encerramento se deu tal como fazem astros e estrelas do mundo esportivo, quando o tempo chega senhor da razão. Com total dignidade.
Soltam-se os laços das sapatilhas, mas fica o legado da arte e da mestra determinada, dedicada, da força de vontade em busca da perfeição nas formas elásticas e da paixão pela dança clássica por excelência.
Eliana Cavalcanti parou nos palcos, onde militou a vida inteira, com puro talento e ousadia. Mas bem sabe que sua luta pela harmonia no mundo cultural, com todas as alegrias e tristezas vividas, não para. Principalmente por que a arte pulsa em seu ser.
Evoé, primeira bailarina!
Mestra inesquecível! Nunca esquecerei dis seus ensinamentos. Hoje o que sei foi repassado pela senhora. O Ballet Clássico entrou na minha vida através do Ballet Eliana Cavalcanti e do Balé Íris de Alagoas. Obrigado Eliana Cavalcanti por rudo.