25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Informante da Allan dos Santos no STF pede desculpas em depoimento na PF

Ex-estagiária de Lewandowski, bolsonarista que foi aluna de Olavo de Carvalho, também negou vazamentos

Em depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira, 7, a ex-estagiária do ministro Ricardo Lewandowski no STF (Supremo Tribunal Federal), Tatiana Bressan, negou que tenha vazado informações do gabinete. Ela foi apontada como informante do blogueiro Allan dos Santos, do site “Terça Livre”, investigado no inquérito das fake news.

A advogada, aluna do escritor ligado ao bolsonarismo Olavo de Carvalho, também pediu desculpas ‘caso tenha magoado ou ofendido’ algum membro da equipe do ministro. Ela afirma que ‘admira e respeita diversas pessoas’ que atuam no gabinete.

Aos investigadores, Tatiana contou que começou a conversar com Allan dos Santos pelo WhatsApp em outubro de 2018. Segundo ela, o contato foi feito para pedir ajuda a conseguir um cargo no gabinete da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF). A advogada afirma que se apresentou como estagiária do ministro para ‘demonstrar que estava atuante’ e ‘valorizar seu passe’.

Ainda de acordo com as informações prestadas à Polícia Federal, Tatiana disse que entendeu como uma ‘brincadeira’ o pedido do blogueiro bolsonarista para que ficasse como ‘informante’ no gabinete de Lewandowski.

Em conversa com Allan dos Santos, a advogada chegou a dizer que ‘algumas decisões são modificadas por que alguém importante liga pro ministro’ e que Lewandowski sempre atendeu prontamente o general Eduardo Villas-Bôas, ex-comandante do Exército. Aos policiais federais, ela disse que as informações não foram obtidas dentro do gabinete e sim na internet.

“Por meio das redes sociais, notícias das mídias, blogs de jornalistas, tudo saindo da internet”, afirmou. Ela também alegou que as declarações foram dadas para ‘mostrar que estava informada’, o que poderia de alguma forma ajudá-la a trabalhar com a deputada Bia Kicis.

A advogada também foi alvo de um mandado de busca e apreensão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no inquérito das fake news. Os investigadores apuram se há ligações entre a ex-estagiária do STF e o gabinete do ódio.