26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Líder do governo leva ‘empreiteiro’ a ministério para fechar contrato de vacina da CanSino no valor de R$ bi

Com histórico de falcatruas no currículo, líder do governo é o negociador da turma toda

Ricardo Barros e um negócio “da China” para importar vacina

O líder do governo Ricardo Barros (PP-PR) não só disse que fica com o status da liderança, após reunião com Jair Bolsonaro, como também manteve sob seu controle e do Centrão o setor de compras do Ministério da Saúde.

Barros, na verdade, tem sido o negociador mor do governo na compra de vacinas. Tanto que em 4 de junho ele esteve com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, acompanhado de um “empreiteiro de vacina”, que pretendia importar a vacina Convidecia, produzida pelo laboratório chinês CanSino.

O empreiteiro amigo histórico do líder é conhecido como Chiquinho Ribeiro e ligado no Brasil, a Belcher, um laboratório médio de Maringá (PR), a cidade, aliás, que Barros foi prefeito em 1992 e teve que fugir pela janela do gabinete, após um protesto de servidores públicos.

Em sua época como prefeito, Barros já era figura carimbada no ramo da falcatruas do poder. Ele foi denunciado e teve divulgados os nomes de suas empresas, a BB Corretora Ltda e a loteadora RJM, por não pagar impostos ao fisco municipal e à Receita Federal.

Hoje na liderança do governo, age com seu bloco político como o dono do Ministério da Saúde . Em 15 de abril, o ministro Queiroga foi chamado a uma com reunião ele.  Junto a Barros estava Alan Eccel, que fazia parte do grupo de empresários que pretendia comprar vacinas diretamente, sem intermédio do governo.

Mas, no caso específico da vacina Convidecia, o  Ministério da Saúde chegou a assinar um documento de intenção de compra de 60 milhões de doses da vacina, vendidas a US$ 17. O negócio intermediado por Ricardo Barros para o empreiteiro Chiquinho Ribeiro foi na ordem de  R$ 5 bilhões.

Curioso, é que a Argentina comprou apenas 5,4 milhões de doses com entrega prevista para julho, ao valor unitário de US$ 14.

Barros então não apenas fica no governo. Ele é o negociador de toda a turma.