26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Malafaia quer que o pastor Ribeiro, ministro do MEC, se explique melhor

Religioso aliado de Bolsonaro afirmou que chefe da pasta da Educação foi genérico ao se retratar

Nem mesmo o pastor Silas Malafaia, uma das lideranças mais próximas do presidente Jair Bolsonaro, engoliu as desculpas de Milton Ribeiro, pastor que é Ministro da Educação.

Malafaia acredita que Ribeiro foi vago na nota em que negou favorecimento a Gilmar Santos e Arilton Moura, dois pastores acusados de fazer lobby e de intermediar a distribuição de recursos do Ministério da Educação (MEC).

“O ministro é pastor, e tem que provar que é honesto. Ele não pode ser genérico nas afirmações. Ele tem que mostrar, com documentos, o que esses dois caras pediram no ministério, se era lícito, o que foi liberado e onde o dinheiro foi parar”. Silas Malafaia.

Preocupado com a repercussão na própria classe, disse ainda que a população brasileira já tem preconceito quando se fala de dinheiro e de pastor, então a responsabilidade de Milton Ribeiro, pastor presbiteriano, deveria seria redobrada.

“Ele tem que agir com transparência total. Na política, não basta ser honesto, o que eu acredito que ele é. Tem que provar. O ministro é pastor e tem pastores envolvidos na história. A transparência tem que ser a máxima possível”.

Milton Ribeiro

Em um áudio divulgado no início da semana, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, apareceu dizendo que o governo federal prioriza prefeituras ligadas a dois pastores que, mesmo sem cargos, atuam em um esquema informal de obtenção de verbas do MEC.

Segundo o ministro, essa é uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Foi um pedido especial que o Presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”.

Leia mais: Ministro admite receber ordens de pastores citados em áudio, mas isenta Bolsonaro

Ontem, no entanto Ribeiro admitiu ter se encontrado com os pastores, mas isentou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de pedir “atendimento preferencial” a eles.

Segundo o ministro, Bolsonaro “não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem, inclusive as pessoas citadas na reportagem”.