30 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Blog

O cinismo da Braskem depois do relatório sobre o Pinheiro

Empresa não pede desculpas e diz que sabia dos problemas

Marcelo Cerqueira, da Braskem: nada de pedir desculpas

A Braskem precisou esperar o relatório da CPRM, que a acusa de ser a única responsável pelo desastre e ameaças que hoje vive a população do Pinheiro, Mutange e Bebedouro, para admitir que sabia dos problemas dos poços de exploração da empresa.

A declaração do vice-presidente da empresa, Marcelo Cerqueira, soa cínica. Principalmente por que ao longo de todo esse dramático processo a empresa negou o tempo inteiro que não era responsável pelos prejuízos causados aos bairros e aos moradores

Uma lástima de declaração. É quando se tenta emendar uma questão irremediável, ou, como se diz na literatura, a emenda saiu pior que o soneto

A Braskem, deveria, antes de tudo, pedir perdão aos moradores do Pinheiro, de Bebedouro e, principalmente, do Mutange, este último revelado como maior área de risco.

No rastro do cinismo, o senhor Cerqueira diz que a CPRM foi informada por ela sobre os problemas nos poços.

Acontece que dos 35 perfurados entregou relatórios contraditatórios de apenas 8.

O cúmulo do cinismo é quando o diretor diz que a empresa trabalha pelo retorno dos moradores às suas casas.

Isso, nada mais é do que querer empurrar o caso com a barriga e enganar as autoridades. Com toda certeza não engana mais a ninguém.

O relatório é claro: a Braskem é a culpada e deve pagar pelos seus erros.

Há três bairros maceioenses afetados, sem falar na própria lagoa Mundaú (esse é um outro detalhe a ser visto), famílias inteiras prejudicadas, empreendedores, empresários e toda uma população que vivia tempos de paz pensando que tudo ao redor estava na mais absoluta normalidade.

Ledo engano. O caos dominou a vida de todos, enquanto a empresa exportava seus produtos via pier na praia do Sobral, faturando anualmente milhões de dólares.

O senhor Cerqueira não sabe, mas o povo maceioense merece respeito.

A Braskem que assuma seus erros e pague pelos seus pecados horrendos.

Mas, antes disso, que diga: Perdoem-me Mutange, Pinheiro e Bebedouro.

Isso nada resolve, mas seria mais honesto com a nossa gente.

Já que não se dignou a isso aguarde a resposta de uma gente brava e lutadora desta terra.

 

 

 

One Comment

  • Para grande parte de uma “mídia assassina de reputações”, aquela mesma de uma “imprensa-canalha”[Millôr] ou “mercenária, corrupta e demagógica”[Pulitzer] ou mera “organização criminosa, nada mais”[Olavo de Carvalho], que não retrata os fatos (“os planeja e produz”), como se tem visto aqui e alhures, imputa, acusa e condena à Braskem (Salgema) pelas catástrofes possíveis e eventuais ou prováveis de temerária e temida subsidência (afundamento de solo e subsolo) decorrente da extração do Sal-Gema do nosso subsolo.
    A Braskem é, pois, a “Geni” preferida, como se tivesse sido ela a responsável pela falha geológica existente o subsolo maceioense e alagoano, da qual se tinha ciência desde antanho – inclusive há registro de leves ou moderados abalos sísmicos, ainda no início da década de 1960, bem antes de sua instalação e funcionamento. No entanto, ela é a principal ou única culpada, todos os ditos órgãos ambientais e fiscais do ecossistema, que concederam autorização, alvará de funcionamento, instalação e licença para perfuração e extração das dezenas de poços, estariam isentos, imunes e, por conseguinte, impunes.
    Urge, pois, como se denota das variadas edições midiáticas, o bloqueio imediato de milhões e milhões ou incontinenti suspensão das extrações – pagando ou garantindo-se o pagamento pelos danos decorrentes, estaria tudo bem; ou não? – Onde a sensatez ou a lógica?
    Melhor que isso ou além disso e mais que isso, ela (“a causadora do problema”) deve ser a solução ou parte desta por saber dos problemas “que causou”; ou não? Há, pois, que se somar esforços e empenhos para controle ou efetivo combate à ameaça de subsidência do solo ou subsolo; ou não? Caso contrário, urge a retirada e evasão de todos os moradores dos bairros da zona de riscos; ou não?
    Pagar sem reparar os danos é mesmo que aceitar que o estupro seja indenizado: pagou? Tá tudo bem!
    A “Geni” não é nem pode e muito menos DEVE ser a única culpada desses estupros aos solos e subsolos caetés!
    Abr
    *JG

Comments are closed.