28 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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O estranho silêncio das autoridades sobre a tortura em Alagoas

Uma mulher humilde, mas corajosa, denunciou delegados e as instituições se calaram

Dacinéia, amparada por familiares, após a morte do filho de 7 anos

Uma mulher simples, humilde, mas de muita coragem, denuncia dois delegados de polícia e agentes que a torturaram dentro da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A revelação foi feita na Rádio 98 FM, após ela reconhecer imagem de um dos torturadores.

O fato é grave e requer uma resposta contundente da justiça e do próprio governo de Alagoas. É muito estranho o silêncio das autoridades policiais e do próprio Ministério Público sobre as acusações feita por uma mãe que, além de tudo, vive a plena dor da perda de uma criança.

A denunciante é Darcinéia Almeida que prestou depoimento à Defensoria Pública Estadual (DPE), no último dia 16. Ela é a mãe do pequeno Danilo Almeida, de 7 anos, esfaqueado e morto no bairro do Clima Bom,a periferia de Maceió.

Segundo disse, foi torturada para dizer que o padrasto da criança era o criminoso.

Os acusados são o delegado Fábio Costa, coordenador da Divisão Especial de Investigações e Capturas (DEIC), e o delgado  Bruno Emílio. Os agentes públicos dizem que a denúncia “é descabida”. Não iriam dizer outra coisa.

É lamentável e repugnante que agentes públicos pagos com o dinheiro do povo, façam da tortura o modus operandi da investigação. Essa é uma lástima empregada como rotina no aparato repressivo, fazendo lembrar um passado inquisitorial.

Choques elétricos, afogamentos em privadas, pau de arara, cadeira do dragão, asfixia com saco plástico, tudo isso para extorquir  a confissão a qualquer preço. Tudo isso era muito comum nos tempos da ditadura. Nos dias atuais, quem assim age tripudia sobre o ser e sobre a lei.

Está na Constituição Federal: A tortura é crime hediondo, imprescrítivel e inafiançável.

Portanto, é por demais estranho o silêncio das autoridades e das instituições estaduais neste caso.

 

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