O choro é um sentimento inerente ao ser e surge por diversas causas. Chora-se de dor, de tristeza, de alegria e de saudade também.
Há o choro do desalento, do desamparo, do abandono. Há choro para todos os momentos; que surge de forma sincera, sem desfaçatez.
Mas, os que choram na valorização da própria hipocrisia, na ilusão de que será visto com olhos piedosos e logo ser consolado de alguma forma por algum desavisado.
E assim o choro é livre…
E esse choro de Jair Messias Bolsonaro, nos quartéis, nos corredores do Alvorada e diante dos seus apoiadores golpistas?
Seria um caso para “Freud explica” ou para a própria psicologia atual, nestes tempos de chacoalhões da sanidade física e mental?
Ora, é bastante custoso acreditar nas lágrimas do cidadão que acusou “frescura” e “mimimi” das famílias que choraram mais de 600 mil mortos pela Covid-19.
Sem o mínimo de consideração, zombou, gozou e até imitou pacientes morrendo sem ar.
O que se vê agora está mais para o desespero risível. Sim, por que é muito tênue a linha que separa o momento do choro e do riso.
Mas, o choro pode ser mais que real por conta da dor de uma erisipela malvada cortando-lhe a carne, como se estivesse em vingança contra o deboche e o descaso pelas vítimas da Covid. Sim, por que nada na vida é por acaso.
Ou seja, seria então a dor aguda dos espíritos em revolta contra um ser que destratou de forma estúpida quem mais precisava de ajuda, acolhimento, tratamento e atenção básica?
Pode ser tudo isso e até mesmo nada.
Mas, creio sinceramente em outro viés desse choro tosco. Trata-se do choro da perda do poder e das consequentes mamatas e mordomias intrínsecas, que não mais lhe acompanharão a partir de uma derrota imposta pelo povo nas urnas.
Isso dói. Mas, todos que passaram por isso seguiram em frente, sem choro, sem chantagem e nem manifestações de ritos medievais e antidemocráticas.
Mas, para quem se acostumou às mamatas sigilosas, aos passeios de jatos e lanchas luxuosas com familiares e amigos, as despesas pagas pelos cartões corporativos, rachadinhas, às mansões compradas com dinheiro vivo e aos vassalos chamados a recolher o urinol em plena alvorada, aí faz sentido.
Isso, sem dúvidas, leva ao choro de meliante.