Um assessor especial de Jair Bolsonaro provocou uma crise ao fazer gestos obscenos durante sessão do Senado Federal em que acompanhava o chanceler Ernesto Araújo, que debatia com os parlamentares.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, decidiu instaurar procedimento de investigação para apurar o fato. A polícia do Senado vai inclusive ouvir Filipe G. Martins, que é assessor especial para assuntos internacionais de Bolsonaro.
Uma fonte do Palácio do Planalto afirma que Pacheco está exigindo a demissão imediata do assessor.
Filipe G. Martins, que se apresenta nas redes sociais como professor de política internacional e “analista político”, fazia o gesto que une o indicador e o polegar de forma arredondada, e que pode ser lido como “ok”, mas também como “vai tomar no c.”.
O gesto ganhou nova conotação para grupos extremistas dos EUA, e foi classificado como “uma verdadeira expressão da supremacia branca” pela Liga Antidifamação (ADL), organização que monitora crimes de ódio naquele país.
Assim que o gesto foi percebido, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) discursou afirmando que o gesto era um desrespeito e que Filipe deveria ser retirado das dependências do Senado.
Martins comentou o caso, negando conotação com expressões de ódio:
Um aviso aos palhaços que desejam emplacar a tese de que eu, um judeu, sou simpático ao "supremacismo branco" porque em suas mentes doentias enxergaram um gesto autoritário numa imagem que me mostra ajeitando a lapela do meu terno: serão processados e responsabilizados; um a um.
— Filipe G. Martins (@filgmartin) March 24, 2021