Ser plantonista do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, não é para qualquer um. Seja profissional da saúde, ou categorias afins, o drama cotidiano é estressante e o nível de alta pressão é contínuo.
Quase todos sabem, quase todos percebem. Por ali passam casos e pessoas de toda natureza. Dos casos leves aos graves, dos bons e dos maus sujeitos.
Além da competência, a atividade exige também o permanente controle emocional. Principalmente de médicos e enfermeiros no atendimento de múltiplas complexidades.
O HGE é um caldeirão em ebulição permanente, vaporizando vaidades, caráteres e idiossincrasias o tempo inteiro.
Lá há que se cuidar da vida a cada instante e cuidar bem. Quando esse foco é deixado de lado o que se tem é o caos, a desorganização imediata, o descaso.
E quando isso acontece vem o desrespeito. Que se materializa na briga de médico com uma mãe aflita chamada de “porca”. E não apenas neste caso, por que há exemplos outros.
Por isso mesmo, o HGE não é para qualquer um. E por mais estressado que esteja sua excelência de jaleco branco, há que entender também que na outra ponta há pais e mães em estado de desespero diante das enfermidades dos seus.
O doutor que desrespeitou uma senhora chamando-a de “porca” pode ser conhecido como o mais competente e o melhor ser humano do mundo, mas falhou feio no momento em que deveria acolher e não atacar.
Foi deselegante e desrespeitoso com quem não merecia. Uma falha que pode ser corrigida com altruísmo.
Que a luz do natal ilumine a todos, nesses tempos de mundo tão sombrio…