28 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Alagoas

Tremor em Arapiraca acende alerta contra a omissão: Há mineração lá

A tragédia da Braskem em 5 bairros de Maceió representa o principal exemplo para que as autoridades não fiquem paradas

A terra tremeu também em Maceió e quando as autoridades acordaram o resultado foi a tragédia ambiental

O tremor de terra verificado em Arapiraca (AL), na última semana, pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) na escala de 2.1, não fez estragos na cidade mas acende a luz de alerta para que as autoridades federais e estaduais passem a monitorar o caso.

Os exemplos alagoanos são determinantes para que as providências sejam tomadas de forma célere e organizada.

Durante anos, os bairros do Pinheiro e de Bebedouro apresentaram sinais de inconsistência do solo, mas ninguém se preocupou em verificar o que estava acontecendo, apesar de algumas vozes que chamavam a atenção para problemas futuros, como a do professor e cientista José Geraldo Marques.

Quando se deu a tragédia do Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto, Mutange e dos Flexais a cidade de Maceió passou a ter uma dimensão do tamanho do problema e da agonia do seu povo, notadamente, os que viviam nessas áreas.

De pronto, a Braskem, a mineradora responsável pelo maior crime ambiental do Mundo, tratou de dizer que não tinha nada a ver com isso. A investigação científica provou o contrário.

Hoje, todos correm atrás do dinheiro. Quase ninguém quer saber do trauma e das dores do povo que sofreu a abrupta expulsão do lugar de origem. Resultado: 5 bairros viraram cemitérios de entulhos e mais de 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas e abdicar de uma história de vida.

O caso de Arapiraca, na região do Agreste, precisa ser investigado o quanto antes. Não custa lembrar que há mineradoras na região explorando áreas. Lá e em Craíbas, a cidade vizinha.

Em 2018, a Mineração Vale Verde instalou o projeto Serrote em Craíbas para a exploração do cobre por 14 anos. Um investimento de R$ 1 bilhão de reais.

Claro, que ninguém pode sair acusando a mineradora de absolutamente nada. Mas, é fundamental que as autoridades busquem informações concretas. Investiguem as causas.

Ao que se sabe esse não foi o primeiro tremor de terra na região do Agreste.

Ademais, Maceió, a capital alagoana, Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais, conhecem bem as tragédias da mineração.

A terra tremeu agora e não aconteceu nada em Arapiraca. Felizmente.

Mas, gato escaldado treme de medo de água fria.