Um cenário de guerra foi montado em Jaraguá para a desocupação da favela Vila dos Pescadores, que há mais de 40 anos está no local. Segundo o comandante do Policiamento da Capital, tenente-coronel Sampaio, foram mobilizados 144 policiais. Somados ao batalhão de agentes da Prefeitura de Maceió, quase 300 homens atuando na demolição de casas e barracos.
Grupamentos do Bope, cavalaria e batalhões diversos. Fora a Guarda Municipal, Bombeiros e agentes da Polícia Federal. A ordem é a demolição geral. A operação solicitada à Justiça Federal pelo prefeito Rui Palmeira (PSDB) começou logo na madrugada.
Uma pessoa foi presa porque não aceitou a demolição de sua casa. Outras protestaram em suas portas, mas nada puderam fazer diante do aparato policial e homens da Prefeitura envolvidos para fazer cumprir a ordem do despejo.
Algumas mulheres sentaram às portas dos barracos com os filhos, na vã tentativa de sensibilizar os agentes públicos. “Eu gostaria de ver um vereador aqui, agora. Ou mesmo o prefeito. Mas todos se esconderam, porque é assim que sempre fazem”, disse Joelma Carnaúba, na porta do barraco.
Proprietárias de algumas casas de alvenaria, na entrada da Vila, tentaram esboçar reação, mas logo desabavam no choro ao ver no entorno tantos policiais prontos para o cumprimento do ‘dever’.
A estratégia de demolição começava com o corte da energia elétrica dos barracos e em seguida a invasão em bloco para retirar as poucas mobílias e as pessoas contrariadas.
Em seguida, patrol e outras máquinas pesadas entravam em ação destruindo tudo. A operação tende a tomar tarde inteira, diante do grande número de barracos a serem demolidos.
Para montar o cenário de guerra no local, a Prefeitura de Maceió mandou interditar todas as ruas no entorno da área. Lojas da praça da Liberdade, na Pajuçara, fecharam as portas temendo confusões.