Em declaração à Jovem Pan, o presidente Jair Bolsonaro reagiu pela primeira vez à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de incluí-lo no chamado inquérito das fake news pelos repetidos ataques ao sistema eleitoral brasileiro.
E mesmo tendo mentido sobre apresentar, na live da quinta-feira da semana passada, as “provas” contra o sistema eletrônico de votação, Bolsonaro não gostou de ser considerado mentiroso pelo ministro do STF.
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O presidente considerou a ação de Moraes como algo “gravíssimo”. Mas que isso não o intimidaria.
“O ministro Alexandre de Moraes me colocando no inquérito das fake news… Não fala fake news, não, fala inquérito da mentira, me acusando de mentiroso. Isso é uma acusação gravíssima, ainda mais em um inquérito que nasce sem qualquer embasamento jurídico. Ele abre, ele apura e ele pune”? Jair Bolsonaro, presidente no “Pingos nos Is”.
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Ele ainda foi além, e como em outras vezes, o presidente subiu o tom e afirmou que pode não aceitar o que o STF determinar ao final do inquérito.
“Está dentro das quatro linhas da Constituição? Não está. Então o antídoto para isso também não é dentro das quatro linhas da Constituição. Aqui ninguém é mais macho do que ninguém. Não vai ser o inquérito, agora na mão do senhor querido Alexandre de Moraes, para tentar intimidar. Ou o próprio, lamento, o TSE tomar certas medidas para investigar, me acusar de atos antidemocráticos… Eu posso errar, tenho direito a criticar, mas não estamos errados”. Jair Bolsonaro.
Na entrevista o presidente também voltou a atacar o voto eletrônico e afirmou ter provas de irregularidades. O que, claro, é mentira, pois por duas horas na live anterior ele não apresentou nada. Apenas mentiras de Whatsapp. Em determinado momento chegou a escapulir que não tinha provas, apenas indícios de insegurança.
STF
No fim da tarde de hoje, Moraes acolheu o pedido feito pelo TSE e incluiu Bolsonaro na investigação para apurar a disseminação de notícias falsas e ameaças contra ministros do STF. A decisão foi motivada pelos repetidos ataques do presidente à democracia e acusações infundadas de fraude nas eleições.
Segundo Moraes, caso se comprove, a conduta de Bolsonaro pode ser enquadrada em sete crimes: calúnia, difamação, injúria, incitação ao crime, apologia ao crime ou criminoso, associação criminosa e denunciação caluniosa.