Após o pedido de demissão do presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, nesta segunda-feira, 20, o pregão da Bolsa de Valores suspendeu as negociações das ações da companhia, como forma de prevenção diante do comunicado da saída do gestor.
O procedimento temporário é adotado sempre que há alguma divulgação ou movimento de mercado capaz de provocar queda em potencial das ações e causar prejuízos às operações da empresa.
A queda do presidente da estatal ocorre depois de o governo de Jair Bolsonaro (PL) intensificar no fim de semana a pressão sobre ele.
Às 10h29, o Ibovespa recuava 0,69%, a 99.0085 pontos. O dólar subia 0,66%, a 5,18. Investidores iniciam a semana atentos a novas reações vindas de Brasília ao reajuste dos combustíveis aplicado pela Petrobras.
Na sexta-feira (17), críticas de políticos à companhia provocaram forte queda das ações da empresa, enquanto o mercado doméstico ainda tentava se ajustar à alta histórica dos juros nos Estados Unidos.
Os papéis ordinários (PETR3) e preferenciais (PETR4) da petrolífera controlada pelo governo federal fecharam o pregão com perdas de 7,25% e 6,09%, respectivamente.
A PETR3 caiu ao seu menor valor neste ano, R$ 29,92, abaixo do piso de R$ 30,57 registrado em 6 de janeiro.
Após o anúncio do aumento, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que a Petrobras “pode mergulhar o Brasil num caos”. Já o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), afirmou que “vai para o pau” para “rever tudo de preços” e que vai trabalhar para taxar o lucro da petroleira.
Somente na última sexta, a estatal perdeu R$ 27,3 bilhões em valor de mercado, segundo a plataforma de dados financeiros Economatica.
“A Petrobras perdeu R$ 30 bilhões. Acredito que, na segunda-feira (18), com a CPI, vai perder outros 30”, disse Bolsonaro durante um culto evangélico em Manaus (AM). A ameaça de uma CPI foi feita pelo presidente também na última sexta, após o anúncio do reajuste.