26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Bolsonaro não cumpre promessa de campanha e 15,1 milhões vão pagar mais imposto

Já são sete anos sem nenhum reajuste nas faixas salariais de tributação e nas deduções permitidas

O próximo ano será o quarto de Jair Bolsonaro na presidência e ele tem tudo para encerrar sua passagem, garantida com a vitória em 2018, sem cumprir sua promessa de campanha de corrigir a tabela do isenção do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF).

A proposta de reforma travou no Senado, mas  expectativa de que o governo pudesse conceder a correção via Medida provisória (MP), como já aconteceu em gestões anteriores. Porém, com o aumento da pressão por mais gastos, a equipe econômica descarta essa possibilidade.

O relator da proposta de reforma do Imposto de Renda no Senado, senador Angelo Coronel (PSD-BA), apresentou no último dia 15 um projeto autônomo que prevê o aumento da isenção para R$ 3.300, o que equivale a cerca de três salários mínimos.

O senador, que não teve sucesso na articulação da reforma do IR, que acabou sendo engavetada no Congresso, disse que vai trabalhar para tentar dar celeridade ao tema na volta do recesso parlamentar, em fevereiro do ano que vem.

Com isso, serão sete anos sem nenhum reajuste nas faixas salariais de tributação e nas deduções permitidas, como dependentes ou educação. E essa falta de reajuste penaliza mais quem ganha menos.

A defasagem da tabela afetará 15,1 milhões de pessoas de menor renda no ano que vem. Isso porque se houvesse a correção da tabela, essa parcela da população poderia estar livre da tributação. Por conta da defasagem, a Receita Federal deve arrecadar em 2022 R$ 149 bilhões acima do que seria devido.