26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Maceió

BRK inicia projeto que visa empregabilidade de mulheres em Alagoas

Reinventar é desenvolvida com parceiros e vai beneficiar venezuelanas, indígenas e brasileiras em vulnerabilidade social com formação profissional

Três mulheres venezuelanas e muitas histórias em comum, entre elas: a luta pela sobrevivência, a persistência e a grandeza de ser alegre, apesar de todas as dificuldades. Além disso, Erika Peralta, Reidimar Serrano e Nayelis Flores chegaram, recentemente, à equipe da BRK em Alagoas, empresa responsável pela distribuição de água e saneamento na Região Metropolitana de Maceió.

As vagas foram conquistadas após terem concluído a formação profissional ofertada gratuitamente pelo Projeto Reinventar, desenvolvido, em sua primeira edição, pela BRK na cidade de Recife, com o apoio do Pacto Global (ONU), do Instituto Aliança e da Fox Time, além do Senai.

O mesmo projeto, que proporciona a formação das participantes como instaladoras hidráulicas, “encanadoras”, chegou a Maceió e está em andamento. Ao todo, são 25 mulheres beneficiadas, sendo 13 brasileiras, sete venezuelanas e cinco indígenas, público pela primeira vez contemplado.

De acordo com Fernando Mangabeira, diretor presidente da BRK em Alagoas, o Reinventar é um projeto que reflete além do propósito de levar água, saúde e qualidade de vida para a população, impacta diretamente no social.

“O nosso propósito é levar qualidade de vida para as pessoas por meio do saneamento. Nosso contrato é de uma geração, de 35 anos, atendendo a toda população nesta região, onde o investimento social também é parte fundamental para a transformação de vidas, como no caso do Projeto Reinventar. Este é um grupo diverso com mulheres, indígenas, venezuelanas, que só somam na nossa atuação e na diversidade da nossa empresa”, destacou Mangabeira.

O curso oferecido tem duração de três meses e é realizado de forma semipresencial: 80% em formação virtual (em EAD) e 20% com aulas presenciais, conforme protocolos e orientações sanitárias estabelecidos durante a pandemia.

Cada participante receberá uma ajuda humanitária mensal de R$ 200,00, com bonificação atrelada à frequência e ao desempenho, além de um tablet com internet para permitir o acesso ao curso. As participantes são preparadas para a interação com o mundo digital.

“Quando surgiu a vaga no curso, eu pensei: essa é minha oportunidade! E depois dele, sempre tive esperança de que iam me chamar para trabalhar”, explicou Erika, que agora trabalha na área de Operação da BRK em Alagoas.

Empregabilidade

Reidimar Serrano tem 41 anos, é administradora e garantiu sua vaga na equipe comercial da BRK na Região Metropolitana de Maceió. Com o emprego, já está dando suporte à sua família.

“Tive que vir para o Brasil com meus pais em busca de medicamentos, alimento e uma vida melhor. Depois que cheguei, queria voltar, mas Deus tem um propósito e agradeço demais a oportunidade de participar do projeto. Quando ouvi a proposta de vir trabalhar na BRK e soube que é uma empresa que dá chance de crescimento, aceitei e já estou aberta à oportunidade seja onde for, e quero que isso chegue a outras mulheres também. Com disciplina e crescimento pessoal, quero só agradecer”, afirmou a venezuelana.

Além da oportunidade de trabalho, a BRK também apoiou as novas contratadas com os trâmites de mudança de Recife para Maceió, de acordo com Luiza Monteiro, gerente de Recursos Humanos da BRK em Alagoas.

“É um projeto que permite que estas mulheres vivam com mais dignidade e tenham novas perspectivas. Apoiar esta fase de transição também foi uma iniciativa importante para que elas possam se estabelecer da melhor forma e pensar na nova logística de vida familiar. Este é um papel social e inclusivo que tem tudo a ver com a missão da empresa”, destacou Luiza.

De acordo com o gerente de Comunicação e Sustentabilidade da empresa, Felipe Guimarães, o desenvolvimento socioambiental é inerente ao saneamento.

“Este projeto simboliza também o que representa o saneamento: trata-se de transformações de vidas. A chegada da BRK em Alagoas já propicia melhoria da qualidade de vida não somente para a população atendida por água e esgoto, mas também pelos cerca de 1.500 empregos diretos e indiretos gerados na região, incluindo oportunidades para pessoas que viveram em situação de vulnerabilidade social”, destaca.

Empoderamento feminino

O curso traz ainda discussões importantes, como empoderamento feminino, autoestima e perseverança. Nayelis tem 19 anos, um filho de um ano e meio e o marido está desempregado. Para ela, “não há luta sem êxito” e desde os 16 anos, quando chegou ao Brasil, conseguir trabalho e renda era uma meta.

“Hoje, estar aqui e sentir que ocupo uma área que todo mundo fala que é para homem é muito bom. Eu me sinto empoderada! Ter um trabalho fixo me traz muitos benefícios e dou graças a Deus por este emprego. Pretendo crescer e estudar Direito, ao mesmo tempo em que trabalho na empresa”, Nayelis.

Já Zilene Mura de Moura é da tribo Kariri Xocó e acredita que o projeto Reinventar veio empoderar também as indígenas.

“Estamos em um ambiente machista, mas acredito em um mundo igualitário para todos. Podemos, sim, buscar sempre conhecimento, trabalhar e ter mais força de vontade a partir desse projeto. Minha expectativa é me preparar como profissional e pessoa, me qualificando para o mercado de trabalho, e estou aberta a novas descobertas e aprendizados. Eu nem acreditei que estaríamos aqui, porque somos um povo esquecido, mas o Projeto Reinventar nos deu esta grande oportunidade”, destacou.

Para a CEO da BRK, Teresa Vernaglia, o projeto surge em um momento muito especial para a companhia como um todo. “A operação na Região Metropolitana de Maceió já é emblemática por ser a nossa primeira conquista após a aprovação do novo Marco Regulatório do Saneamento. Começar trazendo este projeto tão importante para Maceió é iniciar a operação com um motivo ainda mais especial. Vamos seguir com uma operação com muita diversidade, inclusão e muito empoderamento das mulheres”, finalizou Teresa.

Em Alagoas, o projeto conta ainda com o apoio da Fundação Nacional do Índio (FUNAI).