Assim que for aprovada, uma vacina contra Covid-19 não deve ser oferecida para toda a população no próximo ano, mas apenas para grupos de maior risco de exposição e complicações pela doença, informou nesta sexta-feira (27) o Ministério da Saúde.
A pasta está trabalhando na construção de um plano nacional de imunização. Um documento preliminar deve ser compartilhado com especialistas e secretários de saúde na próxima terça-feira (1).
Nas últimas semanas, o ministério já vinha falando em iniciar a vacinação por grupos prioritários, como idosos, pessoas com doenças crônicas e profissionais de saúde, mas não estava claro se pensava em estender a oferta.
Com os acordos já assinados até agora, o Brasil pode esperar uma imunização de ao menos um terço da população até o fim do primeiro semestre da população e mais da metade da população até o final de 2021 —a quantidade pode aumentar se forem fechados novos acordos.
Vacinas
O Ministério da Saúde já firmou acordos com a farmacêutica AstraZeneca, que desenvolve vacina em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido), e é signatário da Covax Facility, consórcio de vacinas da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Esses acordos, cujos investimentos foram de R$ 2 bilhões, preveem a disponibilidade de quase 143 milhões de doses ainda no primeiro semestre de 2021 —100,4 milhões de doses da AstraZeneca e mais 42 milhões da Covax.
Só o acordo com a AstraZeneca seria suficiente para imunizar, até o primeiro semestre, 50,2 milhões de brasileiros. Com o anúncio da eficácia do imunizante com uma dose e meia, porém, seria possível vacinar até 65 milhões nessa modalidade.
No entanto, AstraZeneca admitiu erro na administração da dose parcial nos testes e deverá conduzir novos estudos. O esquema de imunização e eficácia do fármaco seguem indefinidos.