26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

MP diz que esquema de corrupção repassou valores incalculáveis para Flávio e esposa

Os repasses feitos em dinheiro serviram para comprar imóveis em nome do casal, segundo o Ministério Público

Flávio Bolsonaro e a mulher Fernanda: flagrados no esquema de corrupção da Alerj

O Ministério Público do Rio de Janeiro, que investiga o desvio de R$ 4,23 milhões da Assembleia Legislativa pela organização criminosa montada no poder pelo atual  senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e seu assessor Fabrício Queiroz, diz no inquérito que os repasses em dinheiro vivo feitos para Flávio e  a esposa, Fernanda Bolsonaro, são incalculáveis.

O inquérito envolve, além de Flávio Bolsonaro e  Fabrício Queiroz,  mais 14 pessoas que foram atraídas como espécies de “fantasmas” do esquema de corrupção.

Os promotores apuraram que somente com despesas pessoais de Flávio e pagamento de impostos de imóveis do casal foram identificados pelo menos R$ 419,2 mil pagos em dinheiro vivo.

A denúncia foi apresentada pelo MP no dia 19 de outubro e o órgão listou uma série de acusações contra a dentista Fernanda, esposa do senador. A quebra de sigilo bancário apontou que ela “não realizou nenhum saque em sua conta bancária entre os meses de agosto de 2010 e dezembro de 2014, não contribuindo com qualquer quantia em espécie para pagar as contas do casal nesse período.

Compras de apartamentos com dinheiro público

Ainda segundo o Ministério Público do Rio reforça o filho 01 de Jair Bolsonaro fez uso de dinheiro das “rachadinhas” para quitar a compra de apartamentos no Rio. Por meio da quebra de sigilo da nuvem do email do americano Glenn Dillard, os promotores identificaram que ele registrou na agenda de seu celular um encontro para o fechamento do negócio com o casal Bolsonaro.

Entre as anotações de Dillard, que foi o responsável pela venda dos imóveis, os promotores destacam na denúncia a frase “Closing at HSBC”, o que indica, para os investigadores, que eles fecharam o negócio em um agência bancária no centro do Rio.

As investigações já tinham identificado que, no mesmo dia em que a compra dos apartamentos foi registrada em cartório, por R$ 310 mil, Dillard efetuou ainda um depósito de R$ 638 mil em dinheiro vivo em uma agência do HSBC que fica a uma rua do cartório onde foi lavrada a escritura. Para o Ministério Público, o pagamento em espécie feito no momento da escritura foi realizado com dinheiro oriundo do esquema das rachadinhas na Alerj.