O PT oficializou nesta quinta a saída do marqueteiro Augusto Fonseca, ligado ao ex-ministro Franklin Martins, da pré-campanha do ex-presidente Lula. O mais cotado para assumir o posto é Sidônio Palmeira, que fez as campanhas vitoriosas de Jaques Wagner e Rui Costa na Bahia entre 2006 e 2018.
Lideranças do partido já davam a mudança como certa nos últimos dias e a própria presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, afirmou que os rumos do setor seriam “ajustados”.
Por meio de nota, o PT informou que “por razões administrativas e financeiras, não foi possível consolidar a contratação da produtora MPB (empresa de Augusto) para participar da campanha eleitoral deste ano”.
O marqueteiro entrou em conflito com a cúpula do PT por causa da quantia cobrada para cuidar da campanha presidencial petista. Augusto apresentou uma conta superior a R$ 40 milhões, valor considerado fora da nova realidade das campanhas políticas brasileiras.
A crise no marketing desnudou uma queda de braço na coordenação da pré-campanha, que também tem sofrido críticas internamente pela falta de uma unidade na disseminação de ideias e pautas —e o vaivém nas declarações do próprio ex-presidente. Dois exemplos mais recentes foram as declarações sobre o aborto e a reforma trabalhista.
A candidatura de Lula deve ser oficializada em 7 de maio, quando também entrará em ação uma coordenação política, sob o comando do senador Jacques Wagner (PT-BA) e a participação dos deputados federais Rui Falcão (PT-SP) e José Guimarães (PT-CE).
A saída de Fonseca era tida como iminente entre petistas. Agora a torcida entre líderes do PT é que Franklin Martins também peça para sair de suas funções, o que levaria ao fim do impasse. Mas Lula tem dito a petistas que não tem outros nomes para a missão.
Franklin afirmou a petistas que não teria condições de seguir no comando da comunicação se Fonseca fosse destituído. Ele deve sair da comunicação, mas pode integrar a coordenação política a pedido de Lula.