Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Luis Carlos Heinze (PP-RS) discutiram hoje na CPI da Covid. Isso depois de Renan se recusar a questionar os médicos Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves, defensores do chamado “tratamento precoce”, sem eficácia contra a covid-19.
Ontem, em live nas suas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a imunidade de rebanho e disse que teria imunidade natural após contrair o vírus no ano passado. Renan considerou isso um escárnio e não quis dar voz aos negacionistas.
“Em função desse escárnio, me recuso a fazer hoje qualquer pergunta aos depoentes, com todo o respeito. Não dá para continuar nessa situação, a CPI tem o papel de dissuadir práticas criminosas como essa do Presidente da República e ele continua a fazê-lo em desrespeito a uma instituição da república, que é a CPI”. Renan Calheiros, senador relator da Pandemia.
“Isso não pode continuar, nós chegaremos no sábado, provavelmente, a meio milhão de mortes pela covid no Brasil e ainda continuamos a ouvir esse tipo de irresponsabilidade, impunidade? Quer dizer, chega, precisamos dar um basta nisso tudo”, completou o senador alagoano.
O senador Heinze rebateu dizendo lamentar a atitude do senador Renan Calheiros.
“São dois pesos e duas medidas. Aqui tem cientistas, médicos que trataram centenas, milhares de pacientes. A doutora Luana Araújo e Natalia Pasternak não trataram nenhum paciente. Esses dois senhores aqui [Zimerman e Francisco Alves] são pesquisadores com trabalhos publicados, estão descobrindo tratamento nesse instante para pacientes terminais”. Luis Carlos Heinze.
Renan então se retirou da sala.