O Superior Tribunal de Justiça (STJ), um dos quatro tribunais superiores do Brasil, acionou a Polícia Federal na terça-feira (3) para investigar a ocorrência de um ataque hacker aos seus sistemas.
Toda a base de dados do tribunal criptografada, completamente inacessível para cidadãos e funcionários da Corte. Uma indisponibilidade do sistema ocorrida por volta das 15h da segunda-feira (2) determinou a interrupção dos julgamentos. Os técnicos do tribunal identificaram um ataque externo e passaram a avaliar a extensão dos danos.
Empresas terceirizadas, bem como a PF, estão tentando descriptografar os servidores do STJ, mas não parece haver qualquer indicação no momento de que os técnicos contratados consigam realizar a tarefa nos próximos dias.
A situação é ainda pior porque até mesmo os backups do Tribunal foram criptografados pelos criminosos.
Com isso, o STJ está totalmente às escuras no momento, sem acesso a um imenso e histórico acervo de processos judiciais. O ataque é certamente o mais grave já deflagrado a uma instituição do Estado brasileiro na história do país.
Providências
Foi determinado que fossem derrubados os links de acesso à internet do STJ e o bloqueio de todos os usuários que haviam utilizado a rede nas últimas 24 horas.
No momento, os técnicos estão trabalhando para recuperar o sistema, por meio de backups armazenados em fitas. Durante a pandemia, todas as sessões de julgamento do STJ estão sendo realizadas por videoconferência.
O ministro Humberto Martins, que assumiu a presidência da Corte em agosto passado, enviou mensagem aos demais ministros, cancelando todas as sessões de julgamento virtuais e/ou por videoconferência, até que seja restabelecida a segurança no tráfego de dados do tribunal.
Martins também recomendou aos ministros e servidores que evitem ligar computadores com algum tipo de conexão aos sistemas informatizados da Corte, mesmo os pessoais, e inclusive os e-mails devem ser evitados até a situação se normalizar.