A deputada Bia Kicis (PSL-DF), presidente da principal comissão da Câmara e aliada de Jair Bolsonaro, tentou impedir em reuniões do colegiado que deputados da oposição chamem o presidente de genocida
Nesta quarta (24), por exemplo, durante sessão da CCJ, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) não gostou de ter sido interrompido por deputados aliados de Bolsonaro, depois de ter chamado o presidente de genocida.
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“Eu disse que o presidente da República é um genocida. E eu quero trazer aqui os fatos. Primeiro, o que significa a palavra genocida. É aquele que mata muita gente em pouco tempo. E o presidente da República é um genocida. Vejam…”. Paulo Teixeira (PT-SP).
Antes de continuar, Teixeira foi interrompido por Bia Kicis e a presidente da comissão o advertiu, afirmando que ele estava sendo descortês e clamando injúrias contra Bolsonaro.
“Nenhum deputado poderá referir-se de forma descortês ou injuriosa a membros do Poder Legislativo ou às autoridades constituídas deste ou dos demais Poderes da República, às instituições nacionais ou a chefes de estados estrangeiros com o qual o Brasil mantém relações diplomáticas. Eu considero que chamar o presidente Bolsonaro de genocida é uma injúria. Aliás, é uma calúnia. E eu estou advertindo. E esse regimento impõe penalidades para deputados que descumpram o regimento”. Bia Kicis, deputada e procuradora aposentada.
Injúria
Teixeira, então, elencou os crimes que justificariam a aplicação do termo genocida a Bolsonaro quando foi interrompido novamente pela presidente da CCJ.
“Injúria é atribuir crime a alguém sem que essa pessoa tivesse cometido. Esta Casa é uma Casa que julga crimes cometidos por presidentes da República”. Bia Kicis, deputada e procuradora aposentada.
Teixeira insistiu, afirmou que a deputada precisava conduzir a sessão como presidente do colegiado. “Vossa Excelência deve comportar-se como alguém que dirige uma sessão, e não que milita num partido político e utiliza a presidência da comissão para tanto”, afirmou.
“Vossa Excelência como advogado sabe muito bem o que significa injúria. E sabe que se referir ao presidente como genocida é uma injúria. E está proibida, vedada pelo regimento, e eu farei cumprir o regimento. Referências injuriosas serão advertidas. Essa é a decisão tomada. Não permitirei referências injuriosas”. Bia Kicis.
A presidente da CCJ foi então interrompida pela deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), que lembrou que Kicis era presidente da CCJ.
“Se comporte. A senhora é presidente da CCJ, não é advogada do Bolsonaro nem rainha”. Fernanda Melchionna.
Bia Kicis rebateu e afirmou que “quem não gostar, recorra à presidência da Casa, recorra à mesa”. Depois, começou a bater boca com parlamentares da oposição. “Vocês querem barraco, vocês não terão barraco.”
Certissima pau que bate em chico bate também em francisco…