11 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade

Wagner Melo

Wagner Melo é jornalista profissional formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal/2000) e pós-graduado em Comunicação Empresarial pelo Cesmac (2010). Possui experiência em assessoria de imprensa, redação publicitária e passagem em veículos como a Gazeta de Alagoas (onde foi revisor, repórter de Cidades e Política e, posteriormente, editor-adjunto de Cidades) e Folha de S. Paulo (colaboração em Alagoas). Também foi repórter na Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) de Maceió e é coautor do livro “Maceió: Perspectivas e Desafios”.

A irracionalidade da violência contra a mulher

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Por Wagner Melo, jornalista Maisa Varjão do Nascimento Fernandes foi covardemente assassinada com um tiro na cabeça pelo ex-marido, Gerciano Fernandes de Souza, em setembro de 2017. A tosquice foi cometida na frente do filho do casal, que na época tinha 2 anos de idade. O motivo? Ela descobriu uma traição do cidadão e pediu o divórcio. Na quarta-feira, finalmente, saiu a sentença: após quase oito horas de julgamento, o Tribunal do Júri da Comarca de Delmiro Gouveia o condenou a 22 anos e seis meses de prisão, a ser cumprida em regime inicialmente fechado. A condenação acontece na semana em que se completa 12 anos da Lei Maria da Penha. Digo que completa, porque não se comemora. As denúncias de agressões e crimes contra as mulheres somente vem aumentando e ganhando “legitimidade” g

Quando o Brasil será passado a limpo?

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Por Wagner Melo, jornalista Ao fim das convenções partidárias, o sentimento que fica é de frustração e apatia, principalmente, para quem nutre aquele sentimento de que o país precisa da liderança de pessoas que redirecionem o leme. Porém, o sistema político atual garante aos velhos partidos o direito de criar “filtros” que impeçam a renovação e deem sustentação a propostas destinadas a desviar o barco chamado “Brasil” da perigosa barreira de corais que surge à frente. Sem uma reforma política profunda não temos saída. Mas, as regras são ditadas por quem goza de privilégios. E o povo? Distraído com discursos moralistas e apegado a heróis, somente fortalece os oportunistas, mesmo com os livros de História mostrando, na prática, para onde surtos de histeria coletiva nos levam. Uma

Melhor escolher seu candidato; senão, pode JAIR se acostumando

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Por Wagner Melo, jornalista Haja suor e sola de sapato quando a campanha eleitoral deste ano ganhar as ruas. O eleitor está muito desconfiado, como nunca esteve nas últimas cinco eleições, e deve ser difícil convencê-lo, segundo aponta a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira - Eleições 2018, divulgada nessa quinta-feira (2) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Ibope. O percentual de quem não tem um nome para votar é de colossais 59%, ou seja, entre os entrevistados 31% disseram que vão votar em branco e 28% não souberam ou não quiseram responder à pergunta, o que indica indecisão, segundo a CNI. Se continuar assim, o futuro do Brasil será definido pela minoria dos votantes. Não é segredo que a indignação com a corrupção (que é a mesma de sempre, ape

As roupas lavadas do Carlinhos Maia

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Por Wagner Melo, jornalista Tem gente que não aprende. Nestes tempos em que até postagens de verões da década passada destroem reputações e põem fim a contratos de patrocínio milionários, é preciso muito cuidado com o que se fala ou se escreve na web. Até na hora de desabafar. No sábado, quando o penedense Carlinhos Maia participava do programa Altas Horas, na Rede Globo, Lucas Guimarães (que é um dos parceiros dele), fez um desabafo durante transmissão ao vivo em rede social. “Ele está aí, onde ele sempre buscou estar, porque ele é forte, ele é corajoso, enfrentou uma cidade hipócrita, nojenta, onde todo mundo falava mal dele”. Ihhhhhh... Generalizou, Lucas! O recado para “azinimigas” acabou atingindo até quem não tem nada a ver com as mágoas do passado. Carlinhos é o mais famoso

A farda, o coturno e a adoção: cadê o respeito com o dinheiro público?

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Por Wagner Melo, jornalista Já está virando piada sem graça essa história de que farda e coturno garantem retidão moral, disciplina e ética. E que, no período mais nebuloso da História do Brasil, não havia desonestidade e nem se fazia farra com o dinheiro público. Os fetichistas da censura e do autoritarismo acham que debaixo de uniformes há seres circulados por uma aura de perfeição. Mas, basta futucar a lama que o mau cheiro sobe. O exemplo vem de um general mão de ferro, considerado um dos mais repressores do período militar: Emílio Garrastazu Médici (de 1969 a 1974). Aos 79 anos, o dito cujo adotou a neta Cláudia Candal. A adoção é uma atitude de amor, mas, neste caso, teve uma finalidade, digamos, não tanto nobre: poucos dias depois de oficializar o ato, em fevereiro de 19

A moral, os bons costumes e um país que afunda na lama

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Por Wagner Melo, jornalista Sentei em frente ao computador para ver o noticiário. Estava lá: “Número de inadimplentes chega a 61,8 milhões e bate recorde, diz Serasa”. O motivo é que o poder de compra caiu e a economia não decola. O desemprego ainda é alto. O sarampo está de volta, com surtos aqui e acolá. Tem ainda uma manchete que anuncia: “PF indicia 12 pessoas por superfaturamento de mais de R$ 600 milhões em obras Rodoanel”. Estranhamente, o partido dos bandidos que roubaram centenas de milhões dos cofres públicos mal é citado. Aliás, parecem intocáveis. E antes que eu esqueça: a extrema pobreza está voltando a níveis registrados há 12 anos. O Brasil está regredindo, piorando em muita coisa. Os cortes e medidas mais duras só alcançam os mais pobres, nada de discussão sobre pr

A lição dos meninos da Tailândia aos coxinhas e mortadelas

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Por Wagner Melo, jornalista Autocontrole é tudo. Que o digam os 12 garotos e o treinador que ficaram 18 dias presos na caverna Tham Luang Nang Non, na Tailândia. Eles estavam a centenas de metros de profundidade, cercados por águas profundas em um complexo labirinto com cerca de dez quilômetros e, praticamente, nenhuma luz. Eles dão um tapa na cara de gente histérica que arranca os cabelos só de ficar cinco minutinhos presa no elevador. Ou então (eu me incluo nesse grupo) de quem fica à beira de um ataque de pânico ao ficar “preso” em um veículo, durante três ou quatro horinhas, no trânsito de Maceió. Eles foram unidos, tiveram orientação espiritual do treinador, ex-monge órfão e apátrida que, talvez, vivesse uma vida mais sufocante fora da caverna. Mas, graças ao poder da meditaç

Uma flechada para aumentar a corrupção!

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Por Wagner Melo, jornalista Quando 2018 terminar, o setor público (governos federal, estaduais e municipais, além das estatais) terá amargado um déficit fiscal de R$ 161,3 bilhões, segundo as previsões. O cenário vislumbrado para 2019 também é de chorar. No próximo ano, o prejuízo deve girar na casa dos R$ 132 bilhões, o equivalente a 1,75% do Produto Interno Bruto (PIB) para todo o setor público. De acordo com a agência de notícias do Senado, no novo ano o saldo negativo deverá ser assim distribuído: déficit de R$ 139 bilhões para o Orçamento da União; déficit de R$ 3,5 bilhões para as empresas estatais federais (desconsiderando as empresas dos grupos Petrobras e Eletrobrás) e superávit de R$ 10,5 bilhões para os entes federados. Isso quer dizer que o próximo governo terá um desa

A maluquice é livre, mas não pode ameaçar a saúde pública

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Por Wagner Melo, jornalista No início do século 20, uma a cada cinco crianças morria de alguma doença infecciosa antes dos cinco anos de idade. Também no passado, doenças relativamente simples causavam milhares de mortes. O surgimento dos antibióticos e das vacinas foi um avanço formidável na prevenção e tratamento destas moléstias. Mas parece que tem gente com saudade dos tempos em que a varíola, o tifo, o sarampo, a gripe espanhola, a caxumba e a tuberculose vadiavam no mundo. E nem tem amor aos próprios filhos, imagine com o dos outros? Eles são os adeptos dos grupos antivacina. Em tempos de terraplanismo (ideia de que a Terra seria um disco plano), temos que engolir pessoas que, por convicções baseadas em estudo científico equivocado e mal intencionado (patrocinado por um escr

A “b… rosa” e as consequências da imaturidade na rede

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Por Wagner Melo, jornalista A repercussão do vídeo da "b... rosa" e suas consequências para os envolvidos mostram que ainda subestimamos o alcance e o poder das redes sociais. A brincadeira idiota que viralizou na internet provocou uma discussão internacional e envolveu até a extrema direita conservadora russa, que honrou sua posição político-partidária chamando os brasileiros de "macacos" e atacando a vítima do achincalhe por não se "dar ao respeito". Nada de novo, pois os "homens de bem tementes a Deus" da extrema direita conservadora que se respeitam precisam lutar pela pureza da raça (ironia, claro), pela castidade e pelo sexo semestral com fins reprodutivos. Racismo, homofobia, xenofobia. A internet parece terra de ninguém. Mas não se enganem, estamos sendo observados e em caso