27 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Bolsonaro volta ao seu normal e mente, muito, sobre situação de lockdown na Alemanha

Presidente distorce fala de Angela Merkel para emendar que ‘medida restritiva é muito mais grave para a economia’

Depois da carta de empresário que fez Jair Bolsonaro sentir a ameaça no bolso, e não nas mortes de brasileiros, o presidente fez um pronunciamento na terça-feira se rendendo à gravidade da pandemia. Claro, para ele, tudo mentira. Só não mentiu mais por falta de tempo.

Para os ingênuos (ou os que só começaram a ver o filme agora), aparentemente o discurso de Bolsonaro nesta pandemia seria outro: chega de falar em frescura ou mimimi para jurar solidariedade e busca implacável por vacinas.

Até parece.

Já nesta quinta (25), falando para seu curral eleitoral, Bolsonaro soltou mais uma série de mentiras sobre a pandemia. Desta vez, ao comentar a decisão da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, de suspender a adoção do lockdown no país.

O problema é que Bolsonaro resolveu inventar e, parafraseando a decisão da alemã, afirmou que “a medida restritiva é muito mais grave para a economia”.

“Angela Merkel – ia ter o lockdown rigoroso lá – e ela cancelou e pediu desculpas. Ela falou lá, segundo a imprensa, que os efeitos de fechar tudo é muito mais grave que os efeitos do vírus. Palavras dela”. Jair Bolsonaro, mentiroso.

Como enfatizado, o presidente mente. Mas para esclarecer: na Alemanha, a suspensão das medidas restritivas aconteceu em razão do curto período para implementação.

“A ideia foi um erro. Havia boas razões para optar por ela, mas ela não pode ser implementada suficientemente bem nesse curto período de tempo. Esse erro é somente meu. Lamento profundamente e peço desculpas a todos os cidadãos”. Angela Merkel, primeira-ministra.

Sendo uma líder que preste ao seu povo, Merkel tentou fazer o certo. Já o presidente segue fazendo besteira. Até quando isso será permitido? E quando o “sinal amarelo” na Câmera vai mudar para o vermelho?